A Super Quarta entregou tudo aquilo que dela se esperava: volatilidade de curto prazo e uma mudança estrutural na política monetária americana. O Banco Central dos Estados Unidos cortou a taxa Fed Funds em 25 pontos-base, e os diretores da autarquia sinalizaram mais dois cortes até o fim do ano no Dot Plot.
Em entrevista coletiva, o presidente do Fed, Jeremy Powell, afirmou que a geração de emprego no país desacelerou e que já não é possível classificar o mercado de trabalho como, abre aspas, muito sólido, fecha aspas. Na avaliação dele, essa queda ocorreu pela baixa imigração.
No Brasil, o Banco Central manteve a Selic em 15% ao ano, de forma unânime. O comunicado do Copom seguiu um tom duro — no mercado, o termo usado nesses casos é hawk. Apenas por curiosidade: se o tom fosse mais leve, o termo seria dovish. A autarquia explicou que o cenário atual exige cautela e que avalia se a manutenção do juro por um período prolongado é suficiente. Por fim, destacou que passos futuros da política monetária podem ser ajustados, já que não vai hesitar em retomar o ciclo de alta, caso julgue apropriado.
O Ibovespa, que encerrou as negociações antes da decisão do Copom ser divulgada, terminou o dia mais uma vez em máxima histórica de fechamento, alta de 1,06%, aos 145.593 pontos. O dólar futuro avançou 0,26%, para a região de R$ 5,32.
Agenda do dia: acerte seu relógio. Às 9h30 da manhã, saem os pedidos semanais de seguro-desemprego nos Estados Unidos, dado importante. Às 20h30, no Japão, será divulgado o CPI de agosto. Tem que estar no radar.