COP30 - Brasil 2025

Indústria cria plataforma para divulgar práticas sustentáveis na COP30

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25/08/2025 19:03
Atualizado há 1 mês

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Floresta Amazônica
A ideia é fortalecer a presença do setor privado em processos multilaterais, apresentando ações concretas de descarbonização, economia de baixo carbono e do financiamento climático (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

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Uma iniciativa liderada pela indústria brasileira deve aumentar a participação do setor privado na COP30, marcada para 10 a 21 de novembro, em Belém, no Pará. Criada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a COP de Negócios Sustentáveis, ou Sustainable Business COP30 (SB COP), em inglês, vai buscar boas práticas e casos de sucesso, entre mais de 40 milhões de empresas de 60 países participantes, para multiplicá-los.

Por meio do grupo, a CNI quer garantir um canal permanente para contribuições empresariais para esta e as próximas conferências climáticas. A ideia é fortalecer a presença do setor privado em processos multilaterais, apresentando ações concretas de descarbonização, economia de baixo carbono e do financiamento climático.

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Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da SB COP, Ricardo Mussa, avalia que o setor privado estará cada vez mais bem organizado para ser representado nas COPs. Para ele, a edição brasileira deixará a SB COP como um legado para essa representação, por meio da qual poderá ocorrer o compartilhamento de ideias que funcionam.

“Por que o projeto de bioeconomia da Malásia está funcionando? É porque a legislação era boa? É porque tinha financiamento? Quando se disseca o projeto, se consegue saber por que ele está funcionando”, exemplificou logo após participar, nesta segunda-feira (25), de um debate na Casa Firjan, em Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro..

Na visão do empresário, a partir disso, o Poder Público terá mais condições de construir políticas públicas, com base nos exemplos que já vêm dando certo. Em vez de se apresentar uma nova ideia, será possível entender a fundo a razão pela qual determinado caso é um sucesso. A SP COP vai receber sugestões de casos bem-sucedidos até a próxima segunda-feira (1º), no site sbcop30.com.

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“Como não temos, hoje, um clima [mundial] para negociar muita coisa, vamos implementar o que já foi negociado. A minha visão é de que essa COP terá mais abertura do governo e da ONU para o setor privado participar. Foi uma feliz coincidência isso acontecer e a SBCOP ser criada neste momento. Isso facilita muito”, pontuou.

Mussa disse ainda que os empresários brasileiros têm olhado a COP30 como uma oportunidade de promover suas experiências, o que deve levar a uma grande quantidade de iniciativas do país nessa base de boas práticas. “Diferentemente de outros temas, na questão climática, acho que o Brasil é mais parte da solução do que do problema. Então, a gente tem um empresariado que, genuinamente, pode liderar a discussão”.

Campeão de Alto Nível do Clima da COP 30, o gaúcho Dan Ioschpe trabalha na mobilização de empresas, cidades, regiões e instituições financeiras para apoiar os governos no cumprimento das metas de redução de emissões de gases do efeito estufa. Ele vê a SB COP como uma referência de como se pensar no tema central da COP30, que é a implementação das decisões.

“[Implementação] será, de fato, o tema central das próximas COPs, pelo menos do fim dessa década”, prevê Ioschpe, que disse não ver mais possibilidade de desenvolvimento sem sustentabilidade.

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“Ou vamos ter um caminho de desenvolvimento socioeconômico sustentável ou vamos ter um regresso nos níveis de desenvolvimento socioeconômico pela falta de sustentabilidade. Isso já começa a ficar claro na minha cidade, Porto Alegre, onde os custos que os eventos [climáticos] começam a cobrar da sociedade são crescentes e vão drenar a possibilidade de se acelerar o desenvolvimento”.

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