O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou “ações concretas” de líderes e chefes de estado no combate ao aquecimento global.
Lula abriu a Cúpula do Clima em Belém (PA), na manhã desta quinta-feira (06/11), em um discurso que destacou a importância do multilateralismo e o protagonismo do Brasil em ações ambientais.
Em fala no encontro, Lula criticou aqueles que questionam o fenômeno climático. “Em um cenário de insegurança e desconfiança mútua, interesses egoístas imediatos preponderam sobre o bem comum de longo prazo”, afirmou.
“O ano de 2024 foi o primeiro em que a temperatura média da Terra ultrapassou um grau e meio acima dos níveis pré-industriais. A ciência já indica que essa elevação vai se estender por algum tempo ou até décadas, mas não podemos abandonar o objetivo do Acordo de Paris”, disse o presidente.
Em quase 15 minutos de fala, Lula batizou a COP 30 de “COP da verdade”. “É o momento de levar a sério os alertas da ciência. É hora de encarar a realidade e decidir se teremos ou não a coragem e a determinação necessárias para transformá-la”, afirmou.
“O relatório de emissões do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente estima que o planeta caminha para ser dois graus e meio mais quente até 2100. Segundo o Mapa do Caminho Baku-Belém, as perdas humanas e materiais serão drásticas. Mais de 250 mil pessoas poderão morrer a cada ano. O PIB [Produto Interno Bruto] global pode encolher até 30%”, destacou Lula.
O presidente defendeu, ainda, acelerar a transição energética com o objetivo de frear o aquecimento global. A proteção à natureza também foi colocada como um pilar para a resolução da crise climática mundial. “Estou convencido de que, apesar das nossas dificuldades e contradições, precisamos de mapas do caminho para, de forma justa e planejada, reverter o desmatamento, superar a dependência dos combustíveis fósseis e mobilizar os recursos necessários para esses objetivos”, destacou.
Em seu discurso, o presidente também citou “rivalidades estratégicas” e “conflitos armados”, que segundo ele “desviam a atenção e drenam os recursos que deveriam ser canalizados para o enfrentamento do aquecimento global”.
“A justiça climática é aliada do combate à fome e à pobreza, da luta contra o racismo, da igualdade de gênero e da promoção de uma governança global mais representativa e inclusiva”, completou Lula.
A Cúpula de Líderes antecede a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada de 10 a 21 de novembro. O objetivo é atualizar e reforçar os compromissos multilaterais para lidar com a urgência da crise climática.
Agenda com líderes
Ainda nesta quinta-feira, Lula se encontrou com chefes de estado e lideranças mundiais, durante o evento de lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre. Na parte da tarde, Lula participa da plenária com o tema “Clima e Natureza, Florestas e Oceanos”.
A agenda do presidente inclui ainda reuniões com chefes de estado como o Príncipe William, da Inglaterra, o Primeiro-Ministro do Reino Unido, Keir Starmer e o presidente francês, Emmanuel Macron.
(*Com informações de Agência Brasil)