Imagem e eleições. O que as roupas dizem sobre o discurso político. Antes de qualquer palavra, o eleitor já votou pelo olhar, porque na política, como na vida, a imagem chega antes do discurso. Em cada eleição, a roupa é parte da estratégia de comunicação. Não é coincidência que Lula tenha trocado o terno e a gravata por camisas simples, sinalizando proximidade. Assim como não é acaso que Milei, na Argentina, tenha feito da jaqueta de couro um símbolo de rebeldia e ruptura.
A vestimenta é a primeira mensagem não verbal do poder e, no palco eleitoral, ela traduz aquilo que o discurso promete. Nas campanhas, tudo comunica: o corte da roupa, o tecido, as cores, a ausência de acessórios. Candidatos que querem parecer fortes optam por tons escuros e linhas retas. Os que querem parecer acessíveis escolhem camisas abertas, tecidos leves e postura relaxada.
A estética se torna retórica visual e 2026 será o auge dessa disputa simbólica entre o formal e o espontâneo, o tradicional e o digital, o líder de gravata e o líder de camiseta. Cada cor de roupa será um código político. Cada gesto, um sinal de pertencimento ou resistência. Porque o eleitor pode até discordar de ideias, mas ele vota em quem parece coerente com a narrativa em que acredita.
No fim, o que decide a confiança não é só o que o candidato fala, mas o quanto ele parece verdadeiramente vestir aquilo que defende.
