O ex-vereador e ex-presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Gabriel Azevedo, participou nesta segunda-feira (4/8) do Start 98 News. Atual presidente municipal do MDB, ele avaliou a situação da capital mineira, defendeu a ampliação da Tarifa Zero no transporte público e falou sobre seu futuro político.
Segundo Azevedo, o trânsito continua sendo o principal desafio de BH, e o debate sobre mobilidade está estagnado. Ele reivindicou a autoria das cinco modalidades de Tarifa Zero já em vigor — moradores de vilas e favelas, estudantes, desempregados inscritos no CadÚnico, mulheres vítimas de violência e pessoas em tratamento de saúde — e criticou a demora na tramitação do Projeto de Lei 60/2025, que prevê expansão do benefício.
“O projeto está parado há seis meses, enquanto outras cidades do Brasil avançam. O prefeito está calado sobre o assunto e a Câmara também. Não cabe a Belo Horizonte ser figurante nessa pauta”, afirmou.
Para o ex-vereador, a ampliação deve ser gradual, priorizando grupos como estudantes de todas as idades, servidores públicos e pais que levam filhos à escola. Ele defendeu a integração metropolitana e a busca de fontes de financiamento, como royalties do minério, recursos federais e subsídios estaduais, citando como exemplo Maricá (RJ), que custeia a gratuidade com royalties do petróleo.
Gabriel também lembrou que presidiu a CPI da BHTrans e foi autor do projeto que extingue a empresa, destacando mudanças como a remuneração das concessionárias por quilometragem e não mais por número de passageiros.
Na política estadual, o presidente municipal do MDB confirmou ter recebido convite do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) para formar uma chapa em 2026, mas disse que a decisão será coletiva, envolvendo a direção nacional e estadual do partido. Apesar de reconhecer pautas em comum, apontou diferenças com Cleitinho e criticou o vice-governador Mateus Simões por, segundo ele, se alinhar ao bolsonarismo de forma eleitoral.
O político declarou-se pré-candidato a prefeito de Belo Horizonte em 2028 e afirmou que não disputará mais mandato de vereador. “Vivo para a política, mas não da política. Hoje sou professor, empresário, doutorando e sigo trabalhando pela cidade mesmo sem mandato”, disse.
Ao final, reforçou a importância do jornalismo profissional e criticou a disseminação de informações falsas por grupos de WhatsApp. “Discutir a partir de dados e entrevistas é pilar da democracia e da boa política”, concluiu.