Os atores Matthew McConaughey e Michael Caine acabam de fechar acordos com a Eleven Labs para criar versões digitais licenciadas de suas vozes através da inteligência artificial. McConaughey, inclusive, é investidor da empresa e já utiliza a tecnologia para lançar uma versão em espanhol do seu boletim Lyrics of Life, narrado por ele mesmo, agora em IA.
Michael Caine, por sua vez, faz parte do novo Iconic Voice Marketplace, plataforma onde empresas podem licenciar vozes icônicas para campanhas, audiolivros e outros conteúdos. Entre os participantes estão também nomes históricos como Liza Minnelli, Judy Garland e Maya Angelou.
De acordo com Caine, o objetivo não é substituir vozes humanas, mas preservar e ampliar o alcance de grandes vozes para futuras gerações de narradores. A Eleven Labs afirma que o projeto representa um avanço no licenciamento responsável de vozes famosas, tornando a conexão entre tecnologia e humanidade mais ética e inovadora.
No entanto, esse passo desperta debates éticos e culturais intensos em Hollywood. Enquanto alguns veem oportunidades criativas e comerciais, há quem levante preocupações sobre a autenticidade das performances e o risco de imortalizar vozes sem contemplar questões como consentimento, remuneração justa e direitos autorais.
Hollywood, que já acompanha de perto a automação em roteiros e efeitos visuais, enxerga com respeito, mas também com cautela essa expansão do papel da IA.
O uso de vozes digitais pode ajudar na preservação de talentos históricos e democratizar a narração de conteúdos, mas também reforça a tendência de crescimento da presença da inteligência artificial na produção cultural, sinalizando que esse é mais um passo rumo ao futuro e talvez à reconfiguração das relações entre criadores, público e tecnologia.
