Hoje vamos falar de um sinal vermelho na economia familiar. A inadimplência no Brasil atingiu um novo recorde. O que isso significa para o bolso da população e para a economia como um todo?
Segundo a CNC, a Confederação Nacional do Comércio, em agosto de 2025, a proporção de consumidores com contas em atraso chegou a 30,4%, o maior índice desde o início da série histórica, em 2010. Na comparação com agosto de 2024, quando estava em 28,8%, vemos que o quadro apenas piorou.
Outro dado preocupante: 12,8% dos consumidores afirmaram não ter nenhuma condição de pagar suas dívidas vencidas — também o maior valor da série recente. Além disso, o endividamento geral segue elevado. Cerca de 78,8% das famílias têm dívidas a vencer, entre cartão, carnês, crédito e outras despesas.
O presidente da CNC chamou isso de sinal de alerta, dizendo que esse nível indica que muitas famílias já ultrapassaram sua capacidade de pagamento, especialmente diante de um crédito mais caro, juros elevados e prazos mais curtos de quitação. Também se destaca o fato de muitos endividados voltarem a utilizar o cheque especial e o crédito rotativo logo após quitarem suas dívidas — reflexo de que a renda já está totalmente comprometida.
A entidade projeta que, até o final de 2025, a inadimplência pode subir até 1,6 ponto percentual acima do patamar de 2024. Para enfrentar isso, renegociação de dívidas, redução de juros contratuais e uso consciente do crédito — além do corte de gastos e da educação financeira — são medidas urgentes.