No Visão Macro de hoje, vamos discutir um dado que aparentemente nada tem de econômico, mas, na verdade, guarda uma profunda tristeza, não só em termos de política social, mas, obviamente, na área de políticas econômicas transformativas.
Aqui, né, vamos falar um pouco sobre o dado que atingiu a máxima histórica do número de pessoas em situação de rua no Brasil, que desde 2019 bateu 144.000 pessoas e hoje está perto de 350.000 pessoas, com claro avanço bastante impressionante na inclinação desse número, ou seja, no avanço mais célere desse número a partir de 2023, o que demonstra que políticas econômicas mal-feitas, assim como políticas públicas mal-feitas, ambos distorcidos nos incentivos, têm gerado efeitos nocivos na economia, né?
E, por consequência, né, no processo de escolha, né, de pessoas e famílias em situação de rua. Aqui temos que separar dois ambientes. O primeiro, a ambientação qualitativa, que não conseguimos medir como os efeitos econômicos puros, isso é, por efeitos psicológicos dos moradores de rua, dependência química e por aí vai. Obviamente, ligando nesse quesito as políticas públicas mal desenhadas para que isso aconteça.
Mas comprometimento de renda, nível de preço, desemprego, informalidade e demais outras consequências econômicas do que temos tomado como decisão, né, nos últimos anos, refletem de maneira vertiginosa no aumento desse dado. Aqui também é impressionante dizer que o efeito econômico por trás é bastante importante.
Isso é, parte do atendimento de pessoas em situação de rua que deveria ser feito pela própria família em si, casos como, por exemplo, de esquizofrenia ou demais problemas psicológicos, leva a uma problemática muito relevante da renda disponível para que isso seja feito. Não só pelo tempo ou disposição de um familiar em fazer isso para o familiar afetado, mas pela própria capacidade econômica de que isso seja feito.
E é engraçado pensarmos que as políticas públicas de transferência de renda, tão bem faladas de maneira ideológica como ganho para a sociedade, não esbarrem, né, na necessidade própria da causalidade de fazer as coisas certas para evitar que números como esse, na verdade, continuem extrapolando, né?
Aqui temos um problema muito grande e que mina parte da beleza estatística ideológica refletida por esse governo específico em relação à mínima histórica do desemprego. Deveríamos falar sobre como as políticas públicas, na verdade, e as políticas econômicas geram causalidades muito negativas e específicas para esse número: 350.000 pessoas em situação de rua no Brasil como um todo.
A responsabilidade é de todos, seja de quem faz a política pública, mas também de quem faz a política econômica, assim como nós, né? Especificamente, temos a nossa responsabilidade de tentar minimizar toda essa problemática social ao longo do tempo.
Nós podemos fazer melhor, mas, principalmente, mais do que retórica ideológica de discussão e marketing de qualquer governo, devemos olhar para irmãos em situação de rua com outro olhar.
