O paradigma do emprego tradicional — um contrato fixo, salário mensal, uma só empresa — está se esfarelando. Segundo o colunista Yazar Jarar, no artigo do The National, o foco do futuro do trabalho não é mais sobre empregos isolados, mas sobre inclusão econômica e fluidez.
Automação inteligente, redes sempre ativas e modelos híbridos de renda estão desconstruindo o formato clássico de carreira. Robôs industriais já somam mais de 4 milhões no mundo e a IA generativa deixa de ser novidade para se tornar infraestrutura. Nesse cenário, o que chamamos de emprego se fragmenta. Surge o “trabalho em mosaico”, composto por projetos, microtarefas, freelances e renda múltipla. Para quem trabalha, isso exige mudança de postura.
O valor não está mais em ocupar um cargo, e sim em construir repertório, portfólio e adaptabilidade. Nas novas gerações, principalmente na geração Z, o movimento é claro: atuar em múltiplos polos, contratos, microempreendimentos e criação. Os benefícios atrelados ao time fixo vão sendo desafiados diante de vidas que querem sentido, autonomia e impacto real.
Empresas e governos enfrentam o desafio de garantir não só o emprego, mas também plataformas de trabalho que sejam seguras, flexíveis e, claro, inclusivas. Isso exige mudar de vaga para tarefa, de contrato para rede. Ferramentas como passaportes digitais de competências, carteiras portáteis de benefícios e programas de requalificação continuam aparecendo como resposta.
O futuro do trabalho vai ser construído — aliás, já está sendo — na interseção entre humanos e sistemas. Criatividade, empatia, pensamento crítico e gestão de contextos passam a ser insumos escassos. Quem se prepara para trabalhar com agentes inteligentes, redes distribuídas e metas fluidas vai ganhar protagonismo.
