No dia primeiro de novembro, uma grande operação coordenada entre autoridades da Argentina e do Brasil desativou mais de 30 serviços piratas de streaming que atuavam por aqui, entre eles nomes populares como o My Family Cinema, que tinha seus servidores hospedados na Argentina e, juntos, somavam mais de 4 milhões de assinantes brasileiros.
A ação derrubou esses serviços, que ofereciam filmes, séries e transmissões esportivas piratas a preços muito baixos, uma das maiores redes ilegais do continente. Mas é importante refletir além da queda dessas plataformas.
Muitos usuários recorriam a elas justamente porque ali estavam disponíveis filmes e séries que não se encontram em nenhum serviço de streaming oficial, algo que deixa de atender a uma demanda crescente por diversidade e títulos menos comerciais, sem falar nos clássicos do cinema.
Essa exclusividade de catálogo é uma das razões pelas quais a pirataria persiste, mesmo diante das operações policiais, pois muitos espectadores buscam conteúdos que os streamings tradicionais não oferecem. Além disso, o baixo custo e a facilidade de acesso fazem com que o público retorne a essas plataformas assim que novas opções surjam, criando um ciclo difícil de quebrar.
Por isso, especialistas alertam que o combate à pirataria precisa ir além das ações judiciais e também envolver ampliações significativas das ofertas legais e políticas que incentivem o público a optar pelas plataformas oficiais, valorizando a produção audiovisual.
Assim, a operação recente foi um passo importante no enfrentamento da pirataria, mas o desafio é fazer com que o mercado legal acompanhe as demandas e consiga oferecer tanto variedade quanto preços acessíveis para todos.
