Hoje, vamos mergulhar em uma tendência que tem chamado atenção global: a crescente demanda por ouro pelos bancos centrais — e entender por que esse metal precioso continua sendo um ativo tão estratégico.
Os dados recentes do Conselho Mundial do Ouro revelam um movimento significativo. Em maio de 2025, os bancos centrais globais adicionaram, coletivamente, um impressionante total líquido de 20 toneladas às suas reservas de ouro. Esse número representa um aumento em relação ao mês anterior e destaca um interesse renovado, ainda que o ritmo geral de compras tenha se moderado ligeiramente em comparação com a média anual.
O Banco Nacional do Cazaquistão liderou essa corrida pelo ouro em maio, com 7 toneladas, seguido de perto pela Turquia e pela Polônia, com 6 toneladas cada. Houve poucas vendas: a título de exemplo, a autoridade monetária de Singapura disponibilizou 5 toneladas para o mercado.
Mas por que esse apetite pelo ouro?
Segundo especialistas, um forte interesse em ouro continua existindo entre os bancos centrais. Tensões recentes no Oriente Médio, incertezas de segurança envolvendo a Rússia, isolamento e tarifas dos Estados Unidos, além de riscos inflacionários, podem ter aumentado ainda mais o apelo estratégico do ouro como uma salvaguarda contra choques geopolíticos.
Historicamente, o ouro é visto como um importante diversificador e uma proteção em tempos de crise e inflação. É um ativo que transcende fronteiras e volatilidades cambiais.
E a tendência deve continuar. A pesquisa de reservas de ouro dos bancos centrais de 2025 reforça essa perspectiva: um recorde de 43 autoridades monetárias indicaram que seus bancos centrais pretendem aumentar suas reservas nos próximos 12 meses. E mais: impressionantes 95% acreditam que as reservas oficiais de ouro continuarão a crescer.
No acumulado do ano, o Banco Nacional da Polônia se destaca como o maior comprador líquido, com 67 toneladas, enquanto o Uzbequistão é o maior vendedor líquido.
E o Brasil?
Pois é. O Brasil pode se beneficiar dessa tendência global, viabilizando projetos de mineração de ouro que estejam em fase de licenciamento e intensificando a produção nas minas já existentes.
Fica claro que o ouro mantém seu status como um pilar de estabilidade e segurança para as economias globais — uma tendência que deve continuar moldando o cenário financeiro mundial.