Ao vivo
Central 98 - 3ª edição Segunda a Sexta - 16h30 às 17h

O programa leva ao ar uma visão mais otimista do Brasil, sem deixar de lado os fatos importantes para a vida dos ouvintes. Na pauta: debate das principais notícias do dia, entrevistas exclusivas com uma dose de humor inteligente e a participação direta da audiência.

Crise respiratória em BH, Betim e Contagem: até quando vamos tratar colapso como rotina?

Siga no

Só em uma unidade de saúde de Contagem, na região metropolitana, foram mais de 3.200 atendimentos em um mês (Reprodução / Agência Minas)

A decretação de emergência em saúde pública por Belo Horizonte, Betim e Contagem não é um alerta, é um grito. Um grito de socorro de um sistema que há muito opera no fio da navalha. A explosão nos casos de doenças respiratórias, mais de 3.200 atendimentos infantis em apenas um mês, só em uma unidade de saúde em Contagem, escancara o que já sabíamos, mas fingíamos ignorar: o colapso da saúde pública não é uma ameaça futura, é o presente.

O mais preocupante é que esse colapso não é resultado de uma pandemia imprevisível ou de uma tragédia natural repentina. Ele é produto direto de anos de negligência, de subfinanciamento, de sucateamento. Quando prefeitos decretam emergência, o fazem não porque foram pegos de surpresa, mas porque não há mais como disfarçar o que está diante de todos: uma rede de saúde que vive à base do improviso, que não tem fôlego nem para atender o básico.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

A abertura emergencial de leitos e a contratação temporária de profissionais funcionam como curativos em uma ferida profunda. É necessário, sim. Mas não resolve. A pergunta que não quer calar é: por que esperar o caos para agir? Os dados que indicavam o aumento dos casos circulavam desde março. E mesmo assim, medidas mais contundentes só vieram no fim de abril. O que explica esse atraso? Falta de articulação? Falta de vontade? Ou o costume institucionalizado de só reagir quando o desastre já está instalado?

Enquanto isso, quem sofre é sempre o mesmo grupo: a população mais pobre, que depende exclusivamente do SUS. São as mães que madrugam em filas com crianças no colo, os idosos que esperam horas por atendimento, os profissionais da saúde que trabalham exaustos em estruturas sobrecarregadas. Tudo isso enquanto gestores garantem à imprensa que “as unidades estão preparadas”.

Não, não estão.

Chegou a hora de abandonar o discurso da surpresa. Não há surpresa quando a tragédia é anunciada. A crise atual precisa ser tratada como o ponto de virada para uma reformulação profunda da saúde pública. Chega de planos emergenciais como solução permanente. Precisamos de investimento contínuo, planejamento sério e políticas de prevenção eficazes.

Se nada mudar, o próximo decreto de emergência já tem data marcada. A diferença é que, da próxima vez, talvez não haja mais profissionais ou leitos para sustentar a farsa.

Siga no

Sociólogo e jornalista. Colunista dos programas Central 98 e 98 Talks. Apresentador do programa Café com Leite.

Webstories

Webstories

Mais de Entretenimento

Mais de Colunistas

João Campos arma o PSB em Minas, e quem está dormindo, que se cuide

Uma jogada de mestre no xadrez político brasileiro

Papamóvel fabricado em Minas voltou para o estado após ser usado pelo Papa Francisco

A mobilidade refém do ideologismo: o trânsito caótico no vetor Sul da capital

Fica cada vez mais difícil não criticar o governo federal

BH: desumana e abandonada

Últimas notícias

Moraes concede prisão domiciliar a Collor depois de parecer favorável da PGR

Nova faixa de isenção do IR começa a valer e beneficia quem ganha até R$ 3.036

Durante o feriado, Hulk faz recuperação física na própria casa

Zema questiona presidente no Dia do Trabalho: ‘O Lula tá com medo de quê?’

Justiça terá posto em Copacabana para atender público de Lady Gaga

Presidente da CBF volta a negar rumores de camisa vermelha na Seleção

Fundação Clóvis Salgado funciona normalmente no feriado prolongado do Dia do Trabalho

Manutenções deixam mais de dez bairros de BH sem o abastecimento de água nesta quinta-feira

Quem era a freira Inah, pessoa mais velha do mundo que morreu aos 116 anos