A mobilidade refém do ideologismo: o trânsito caótico no vetor Sul da capital

Siga no

Trânsito no acesso a Nova Lima (Foto: reprodução/ Google Street View)

Compartilhar matéria

O trânsito no vetor Sul de Belo Horizonte, especialmente na divisa com Nova Lima, tornou-se símbolo de negligência e atraso. Quem circula pelas imediações da Avenida Oscar Niemeyer, próximo ao BH Shopping, já se acostumou — infelizmente — a uma rotina absurda: engarrafamentos de 50 minutos a até uma hora e meia, em horários variados, inclusive à noite.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

O cenário é insustentável. A falta de fluidez compromete a saúde física e mental da população, além de impactar diretamente a economia da região. As obras de infraestrutura previstas, como a avenida sobre a linha férrea e as novas alças viárias, são urgentes e absolutamente necessárias. Ainda assim, seguem paralisadas por conta de disputas ideológicas que beiram o surrealismo.

Um dos principais argumentos contrários às obras é o suposto impacto em um quilombo localizado a 10 quilômetros do local. Ora, se essa lógica fosse válida, deveríamos demolir também avenidas importantes como a Nossa Senhora do Carmo e a Raja Gabaglia. A incoerência desse discurso revela um teatro político que trava o avanço em nome de ideologias desconectadas da realidade.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Moradores e trabalhadores de Nova Lima, Raposos, Rio Acima e toda a região não podem mais ser reféns dessa paralisia. É inadmissível que uma população inteira sofra com uma mobilidade disfuncional por conta de entraves políticos ou discursos populistas que tentam pintar as obras como “privilégios para os ricos dos condomínios”. Trata-se de uma falsa narrativa que ignora a função social da infraestrutura urbana.

Se a preocupação é realmente ambiental, então a pergunta que deve ser feita é: qual o impacto real de milhares de veículos parados por horas, liberando gases poluentes em marcha lenta, diariamente? A saúde da população não é também uma questão ambiental? A qualidade de vida não deveria estar no centro das decisões públicas?

O meio ambiente inclui o ser humano — algo que, para alguns, parece difícil de aceitar. É lamentável ver que a mentalidade atrasada de poucos continua impedindo o desenvolvimento sustentável de muitos. O vetor sul de Belo Horizonte merece respeito, planejamento e ação. Já passou da hora de parar com o discurso e começar a obra.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Compartilhar matéria

Siga no

Paulo Leite

Sociólogo e jornalista. Colunista dos programas Central 98 e 98 Talks. Apresentador do programa Café com Leite.

Webstories

Mais de Entretenimento

Mais de Colunistas

Sua fala começa antes da voz: o que seu corpo e sua roupa estão dizendo?

Inteligência artificial: ameaça, avanço ou escolha política?

Férias boas cabem no bolso: dicas para viajar sem dor de cabeça

Cuidado: sempre tem alguém que entende o que você está dizendo

Prepare-se agora para os próximos 5 anos de carreira

Saúde emocional é pauta de liderança

Últimas notícias

Após ser cancelada em BH, etapa da Stock Car é transferida para Curvelo

Atenção, motoristas! BH tem ao menos quatro alterações no trânsito neste fim de semana

Arraial de Belô traz ‘movimentação econômica’ e alegria para BH, diz presidente da CDL

Tarifas sobre produtos brasileiros podem prejudicar importação americana, explica especialista

Comissão técnica do Atlético corta Fausto Vera do duelo contra o Bahia

Elvis Presley: curta o Dia Mundial do Rock ao lado do Rei

Lula ironiza Donald Trump, Eduardo e chama Jair Bolsonaro de ‘coisa covarde’

Damião diz que Câmara deve ser independente: ‘não pode fazer política’

Banda Viper retorna a Belo Horizonte pela primeira vez com nova formação