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Modal ferroviário: uma opção para o Brasil

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Brasil acordou para a retomada de iniciativas do resgate ferroviário, com muitas iniciativas promissoras sendo implantadas (Foto: Divulgação/PPI.Gov.Br)

As ferrovias são um dos meios de transporte relativamente recente, seu surgimento está ligado diretamente com a Primeira Revolução Industrial, acontecimento histórico que sucedeu na Europa no final do século XVIII e início do século XIX.

Essa revolução ficou marcada por duas importantes inovações tecnológicas, a invenção da máquina têxtil e a locomotiva, ambas movidas a vapor. A locomotiva revolucionou o jeito de transportar matérias-primas e mercadorias, por ser capaz de carregar um elevado número de toneladas ao mesmo tempo.

As ferrovias são um dos principais meios de transporte de cargas em muitas das principais economias do mundo e têm um papel fundamental no desenvolvimento socioeconômico. As ferrovias podem transportar matérias-primas para a sobrevivência humana, e para garantir atividades econômicas, por longas distâncias, conectando regiões remotas e áreas urbanas. 

Esta conectividade estratégica é crucial para o comércio nacional e internacional, criando uma infraestrutura robusta para o transporte de mercadorias.

Em meados dos anos 1960, a malha ferroviária brasileira chegou ao seu auge no que diz respeito à quilometragem: eram 38 mil quilômetros de trilhos espalhados pelo país, o que significa mais de oito vezes a distância do Oiapoque ao Chuí. Com o passar do tempo, a extensão da malha foi diminuindo, devido à erradicação de alguns ramais considerados pouco viáveis economicamente.

Hoje, no entanto, o Brasil é considerado um país pobre em ferrovias, com pouco mais de 31 mil km deste modal.

Para se ter uma ideia comparativa, as ferrovias de carga dos Estados Unidos, com mais de 225.000 quilômetros de extensão operam o sistema de transporte de carga mais seguro, eficiente, econômico e ambientalmente correto do mundo, de acordo com  a Association of American Railroads (AAR)

O Brasil durante o século XX privilegiou as rodovias como alternativa para o transporte de cargas. Essa estratégia teve como objetivos integrar o território brasileiro e também industrializar o país com base na formação de pólos automobilísticos, o que foi feito com evidentes prejuízos para o modal ferroviário, com vários trechos sendo abandonados. 

No entanto, o País acordou para a retomada de iniciativas do resgate ferroviário, com muitas iniciativas promissoras sendo implantadas.

O minério de ferro continuou a ser a principal carga transportada pelas ferrovias, com um total de 390 milhões de TU em 2024. 

Quase tudo é extraído no interior, com destaque para o Pará e Minas Gerais, a centenas de quilômetros dos portos na costa. Boa parte disso é transportado por ferrovias, para o outro lado do mundo sendo a China o principal destino. 

O volume total de carga movimentado pelas ferrovias no Brasil em 2024 foi de 541 milhões de toneladas, representando um crescimento de 2% em relação a 2023. 

Somente a empresa Vale produziu 328 milhões de toneladas de minério em 2024 sendo responsável pela maior parte da produção de minério de ferro do país, e para seu transporte opera, sob concessão, duas ferrovias. A Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), que liga o polo produtor do interior mineiro ao litoral do Espírito Santo, e a Estrada de Ferro Carajás (EFC), que transporta a produção do sul do Pará ao litoral do Maranhão.

Ambas tiveram contratos renovados antecipadamente em 2020. Em dezembro do ano passado, a Vale repactuou a renovação, aceitando pagar R$ 11 bilhões a mais em outorgas à União

A Vale também tem investido nos portos. O foco é aumentar a automação, reduzindo o risco de acidentes envolvendo pessoas e aumentando a eficiência, como foi feito num aporte de US$ 10 milhões no Terminal da Ilha Guaiba (TIG), em Mangaratiba, litoral sul do Rio.região abriga, além do TIG, o terminal da Companhia Portuária Baía de Sepetiba (CPBS), também operado pela Vale, e o Tecar, da CSN Mineração, ambos no Porto de Itaguaí.

A região terá um novo terminal, com um investimento de R$ 4 bilhões, concessão do Grupo Cedro que produz 7 milhões de toneladas por ano de minério de ferro, em duas minas em Nova Lima (MG) e Mariana (MG), e projeta uma expansão para cerca de 20 milhões por ano em 2027.

A malha ferroviária da MRS Logística transporta 125 milhões de toneladas de minério de ferro todos os anos.

Um dos principais projetos de minério de ferro do país, na mina Pedra de Ferro, em Caetité (BA), inclui 537 quilômetros de trilhos até Ilhéus, trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol). 

O investimento soma R$ 15,4 bilhões, incluindo um terminal portuário, segundo a Bahia Mineração (Bamin), controlada pelo grupo ERG, do Cazaquistão, e dona do projeto. Atualmente, o ponto de atenção é a finalização de 126 quilômetros da ferrovia

A empresa Macro Investimentos desenvolve um Projeto Ferroviário, denominado Ferrovia Alysson Paolinelli cujo traçado cobrirá uma área total de 1.762,6 quilômetros, com ponto de partida no Município de Presidente Kennedy, próximo à retro área do Porto Central, o traçado percorrerá os estados do Espírito Santo, Minas Gerais e Goiás, para atingir o destino final, no Município de Anápolis/GO.

Além do modal ferroviário, o transporte por minerodutos é uma opção que o país dispõe merecendo destaque o da Angloamerican e da Samarco Mineração.

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Engenheiro Florestal especialista em gestao socioambiental. CEO da Pack of Wolves Assessoria Socioambiental, Conselheiro do FMASE. Foi Superintendente do Ibama, Conselheiro do Copam e Superintendente de Gestão Ambiental da Cemig. Membro do IBRADES , ABDEM, ADIMIN, da ALAGRO E SUCESU

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