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A resposta para essas perguntas não está apenas na escassez de recursos, mas principalmente na falta de bons projetos (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

A resposta para essas perguntas não está apenas na escassez de recursos, mas principalmente na falta de bons projetos (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

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Por que as nossas cidades avançam tão devagar? Por que a mobilidade urbana continua um caos, com obras inacabadas, corredores de ônibus prometidos há anos e trens que nunca chegam? A resposta para essas perguntas não está apenas na escassez de recursos, mas principalmente na falta de bons projetos.

Esse é o maior entrave ao investimento público de qualidade no Brasil: a incapacidade de planejar, estruturar e executar iniciativas com solidez técnica. Não basta ter vontade política ou orçamento disponível, é preciso saber onde, como e por que investir. Sem bons projetos, os recursos ficam parados ou são mal utilizados.

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Falta gente qualificada nos municípios, os trâmites burocráticos são lentos e os estudos, muitas vezes, mal feitos. Orçamentos irreais, ausência de planejamento de longo prazo e despreparo técnico tornam o investimento ineficiente. Em um país que sofre com déficit habitacional, infraestrutura precária e falta de saneamento, não ter bons projetos significa não ter solução.

A cultura da execução orçamentária imediata ainda domina. Em vez de investir em projetos estruturantes, governos correm para gastar o que têm e mostrar obra feita, criando ciclos de desperdício, obras paradas e recursos jogados fora. A pressa por entregar qualquer coisa em períodos eleitorais sabota a efetividade do investimento público.

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E mesmo quando bons projetos existem, a capacidade técnica dos municípios para captar e executar recursos é baixa. Muitos não conseguem sequer montar um dossiê técnico para disputar editais, o que acentua as desigualdades regionais. Só os entes com mais estrutura conseguem acessar dinheiro, enquanto os menores continuam à margem, mesmo com enorme carência.

Em economia, não existe alquimia. Não basta ter recursos, é preciso transformar dinheiro em resultados. Investimentos eficazes exigem bons projetos, bons gestores e planejamento técnico. Cidades inteligentes não nascem do improviso e políticas públicas sólidas não podem depender apenas de discurso.

Se queremos transformar o Brasil, o primeiro passo é fazer o dever de casa: investir em bons projetos para garantir bons investimentos.

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Izak Carlos

É economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Formado em economia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com MBA em Gestão Financeira pela Fundação Getúlio Vargas, mestrado e doutorado em economia aplicada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), já atuou como economista, especialista e consultor econômico da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG). Izak também é sócio-diretor da Axion Macrofinance e Especialista do Instituto Millenium.

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