O home office não criou a jornada infinita. Ele apenas a escancarou. Com a flexibilidade prometida pela tecnologia, muitos imaginavam que o futuro do trabalho teria mais liberdade. Mas o que a gente viu foi um fenômeno inesperado: o expediente que não tem mais hora para acabar.
De acordo com o Work Trend Index da Microsoft do ano passado, 2024, o número de reuniões depois do horário comercial aumentou 30% desde 2020. E-mails enviados entre 18h e 18h30 cresceram 52%. Portanto, a fronteira entre casa e trabalho se dissolveu e, com ela, a nossa saúde mental começou a pagar um preço caro.
Esse expediente infinito não se traduz necessariamente em mais produtividade. Pelo contrário, colaboradores se sentem mais esgotados, menos criativos e constantemente pressionados a estarem disponíveis. A falsa flexibilidade cobra caro: ansiedade, burnout, perda de engajamento. A boa notícia é que a própria tecnologia que esticou o tempo pode agora ajudar a devolvê-lo.
Ferramentas de inteligência artificial, como Microsoft Copilot e ChatGPT, têm sido usadas por líderes para automatizar tarefas repetitivas, preparar reuniões, resumir e-mails e dar às pessoas o bem mais escasso da atualidade: tempo de foco e presença de qualidade. O futuro do trabalho não vai ser medido por horas online, mas por impacto real.
Romper com o ciclo de estar sempre ligada ou sempre ligado exige uma mudança de cultura, em que a produtividade não substitui o descanso, mas nasce dele. É hora de reaprender a encerrar o dia, porque ninguém cria sob exaustão constante, e nenhuma inteligência artificial é capaz de regenerar um human burnout.