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Enquanto Trump fecha as portas, o Brasil deveria estar abrindo as janelas (Casa Branca/Daniel Torok)

Enquanto Trump fecha as portas, o Brasil deveria estar abrindo as janelas (Casa Branca/Daniel Torok)

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O tarifaço de Trump contra o Brasil deveria servir como alerta e também como oportunidade. Se os Estados Unidos impõem barreiras ao nosso comércio, a melhor resposta não é se fechar ainda mais, e sim o contrário: abrir a economia, melhorar a nossa competitividade e inserir o Brasil nas cadeias globais de produção.

Atualmente, o Brasil é uma das economias mais fechadas do mundo. Nossos produtos enfrentam dificuldade para competir lá fora, mas o mercado interno também é sufocado por barreiras tarifárias, entraves regulatórios e altos custos de produção. A consequência disso é simples: pagamos mais caro, consumimos menos e inovamos pouco. E, quando surgem choques externos, como agora com as tarifas americanas, nossa margem de manobra é mínima.

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A abertura comercial não é um fim em si. Ela deve ser acompanhada de medidas de transição, com apoio à modernização do setor produtivo e à qualificação da mão de obra, mas é também um motor poderoso de eficiência econômica. Países que se abriram ao comércio nos últimos 30 anos cresceram mais, inovaram mais e reduziram mais a pobreza.

Enquanto Trump fecha as portas, o Brasil deveria estar abrindo as janelas. É hora de usar esse momento para simplificar tarifas, reduzir o custo de importação de insumos produtivos, fomentar acordos comerciais e atrair mais investimentos estrangeiros.

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Hoje, proteger artificialmente a indústria nacional apenas mascara ineficiências e transfere o custo para o consumidor, especialmente de baixa renda. É claro que abrir a economia não significa abandonar setores vulneráveis à própria sorte, mas é preciso enfrentar a realidade.

Manter o país fechado impede que empresas ganhem escala, atrapalha o avanço tecnológico e perpetua desigualdades. A proteção eterna paralisa o desenvolvimento. É preciso criar incentivos à produtividade e não manter zonas de conforto que atrasam o país.

Em economia, não existe alquimia. Protecionismo sem estratégia não salva empregos — apenas transfere o setor produtivo para setores estagnados. Se quisermos um Brasil mais competitivo e integrado ao mundo, precisamos substituir a lógica do medo pela lógica da eficiência.

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O tarifaço lá fora só escancara a nossa fragilidade aqui dentro.

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Izak Carlos

É economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Formado em economia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com MBA em Gestão Financeira pela Fundação Getúlio Vargas, mestrado e doutorado em economia aplicada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), já atuou como economista, especialista e consultor econômico da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG). Izak também é sócio-diretor da Axion Macrofinance e Especialista do Instituto Millenium.

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