No Visão Macro de hoje, vamos discutir um pouco mais como o processo do aumento do custo de capital, de maneira institucional, pelo Governo Federal, ou seja, as taxas que o Tesouro Nacional capta acabam influenciando também a nossa capacidade de poupança, além de olhar para o descasamento entre prazos, né? Ou seja, comprar títulos mais longos ou mais curtos e quais são esses benefícios.
Aqui vamos usar alguns “terninhos” que parecem técnicos, mas que são bastante poderosos. Vamos falar, na verdade, de convexidade versus a tal da duration.
É, você sabia que, nos níveis atuais dos títulos públicos longos indexados à inflação, as tais NTN-Bs ou os Tesouros IPCA+, além de dobrar o capital em termos reais (que é o que realmente importa e não em termos nominais) a cada 10 anos, apresentam uma assimetria importante medida pela tal da convexidade? Ou seja, se a taxa sobe a partir do nível que você compra (ou seja, essa curva real abre), a perda na marcação a mercado é menor do que o ganho se a taxa cair (ou seja, a curva fechar) na mesma magnitude.
Em poucos momentos isso acontece. E mais: taxas de cupom acima de 7% representam menos de 6% de todas as taxas da série histórica de emissão do Tesouro Nacional. O que nos diz que, nesses níveis, a probabilidade de as taxas caírem ao longo do tempo, ou seja, essa curva fechar e haver um ganho de capital pela marcação a mercado, é muito maior do que a probabilidade de subirem, obviamente falando historicamente em termos de probabilidade.
Vale lembrar: perpetuação de patrimônio sempre tem que ser analisada em termos reais e não nominais. Mas cuidado: prazos mais longos também representam riscos maiores de marcação a mercado. Nem todo mundo consegue aceitar esse risco.