O movimento do senador Rodrigo Pacheco de reafirmar sua permanência no PSD e cobrar freios contra aproximações da legenda com a extrema direita é mais do que um gesto partidário, é um posicionamento estratégico no tabuleiro sucessório mineiro.
Ao dizer que o PSD não pode se contaminar com “nefastos ideais antidemocráticos, golpistas e radicais”, Pacheco não apenas mira a preservação da identidade da legenda, mas também se coloca como guardião de uma linha moderada em Minas. Ele sabe que a eleição de 2026 passará pela capacidade de construir um campo democrático amplo, em oposição à tentativa da extrema direita de consolidar raízes em um estado historicamente plural. Sua cobrança interna é recado direto. O PSD deve ser pilar de equilíbrio, não satélite de radicalismos.
O senador também ataca a pressa dos que já disputam palanques para 2026. Chama de “tentativa desenfreada” essa movimentação, como se a agenda eleitoral fosse mais importante que a agenda social. O recado é pragmático: ele não quer ver o PSD se perder em acordos prematuros que comprometam a coesão partidária e sua própria liderança. Ao estancar rumores de uma possível saída, ele reforça a mensagem de que será protagonista no processo, não coadjuvante.
Minas: o espelho nacional
Não se trata apenas de Minas. Pacheco projeta no estado um laboratório de nacionalização da política. Ao relembrar conquistas como a eleição de Fuad Noman em Belo Horizonte, a presença de mais de 140 prefeitos e o Ministério de Minas e Energia, Pacheco reforça o papel do PSD como força real de governo e poder no tabuleiro mineiro. E essa musculatura partidária é essencial para Lula, que aposta no senador como peça central na montagem da chapa mineira, ao lado de Marília Campos (PT), prefeita de Contagem.
Se a equação política se mantiver, a chapa Pacheco-Marília deve ganhar contornos cada vez mais sólidos, abrindo caminho para um enfrentamento direto com o grupo de Zema..