O Governo Federal anunciou nesta quinta-feira (06/03), uma série de medidas para reduzir o preço dos alimentos no país. Entre as novidades, está a redução de alíquotas de importação de diversos itens: biscoito, café, milho e carne, que deverão ter suas taxas zeradas. Essas ações devem começar a valer nos próximos dias, mas o governo ainda não confirmou uma data exata.
Mas na avaliação do colunista Paulo Leite, essas mudanças não devem ter o retorno esperado. Durante o programa Central 98 1ª edição desta sexta-feira (07/03), ele classificou as medidas que foram anunciadas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin como ineficazes. Segundo o colunista, o “arsenal de medidas” divulgado não terá o efeito esperado devido a fatores como a posição do Brasil como grande produtor de alimentos e a natureza de algumas das ações propostas.
Paulo iniciou sua análise no Central 98, questionando o impacto da zeragem das alíquotas de importação para produtos como carne, café e açúcar. Ele explicou que essa medida terá um efeito mínimo, uma vez que “o Brasil é o maior produtor de carne, de café e de açúcar. Então, o volume significativo para poder importar pro país é muito pequeno. Significa muito pouco zerar alíquotas desses produtos. Produtos como óleo de girassol e óleo de palma também foram citados como tendo pouco impacto na cadeia alimentar brasileira devido ao baixo consumo ou à falta de critério na decisão.
Outro ponto levantado por Paulo Leite foi a intenção do governo de fortalecer os estoques reguladores da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). Para o colunista, a ação do governo de “entrar comprando produtos para poder aumentar os seus estoques da Companhia Nacional de Abastecimento” pode gerar um efeito contrário ao desejado, pois “o governo entrando para comprar produto, vai aumentar o preço do produto, oferta e demanda. É só fazer a conta. Então, mais uma vez, o governo toma uma medida que é supostamente para conter inflação, mas que pode se tornar inflacionária”.
Na visão de Paulo Leite, a solução mais efetiva para controlar a inflação e os preços dos alimentos seria o “ajuste fiscal”, com o governo parando de gastar e diminuindo seus custos. O colunista criticou a priorização de medidas como a redução de alíquotas, que ele considera de pouco impacto, em detrimento de ações que melhorem as condições dos produtores e a infraestrutura do país. “O governo mais uma vez fez perfumaria, anunciou que não causará nenhum impacto na vida de ninguém. Prepare-se, porque você não vai pagar alimentos mais baratos depois das medidas anunciadas pelo Governo Federal”, finaliza.
*Estagiária sob supervisão do editor João Renato Faria