Nana Caymmi, uma das vozes mais marcantes da música brasileira, morreu nesta quinta-feira (1/5), aos 84 anos, no Rio de Janeiro. A cantora estava internada havia nove meses na Casa de Saúde São José, na Zona Sul da cidade, tratando complicações de saúde que se agravaram após um episódio de overdose de opioides, ocorrido no último dia 29, data em que completou 83 anos, segundo relatou seu irmão Danilo Caymmi ao jornal O Globo.
Filha de Dorival Caymmi e Stella Maris, Nana nasceu em 29 de abril de 1941, no Rio, e cresceu cercada por música. Iniciou a carreira ao lado do pai, ainda adolescente, e em 1960 gravou com ele a canção “Acalanto”. Após um período fora do Brasil, voltou e se firmou como intérprete singular, com repertório sofisticado e uma abordagem pessoal sobre obras de autores como Tom Jobim, Milton Nascimento e Dolores Duran.
Ao longo de mais de seis décadas de trajetória, Nana construiu uma discografia sólida e coerente. Foi destaque em festivais, enfrentou críticas e superou obstáculos com uma entrega artística reconhecida por público e crítica. Gravou dezenas de discos, entre eles marcos da MPB como Nana Caymmi (1975) e A Noite do Meu Bem (1994), em homenagem a Dolores Duran.
Nana deixa três filhos e um legado profundo na música popular brasileira, marcado por sua voz intensa, interpretação visceral e fidelidade à própria sensibilidade artística