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A reação do Congresso é um sinal claro de que o espaço político para aumento de impostos chegou ao limite (Arquivo EBC)

A reação do Congresso é um sinal claro de que o espaço político para aumento de impostos chegou ao limite (Arquivo EBC)

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A política fiscal brasileira está chegando ao limite, e os sinais disso já estão visíveis. A arrecadação do governo está em níveis recordes, mas os gastos continuam crescendo num ritmo ainda mais acelerado. A conta não fecha. E agora, diante da resistência do Congresso em aprovar novos tributos, o Executivo se vê encurralado.

O que estamos assistindo é uma política fiscal baseada em improviso, uma espécie de puxadinho contábil, para tentar sustentar um modelo de governo que se recusa a cortar gastos ou promover reformas. Foi assim com o aumento do IOF, tentado via medida provisória que acabou rejeitada pelo Congresso. Outros aumentos, como das alíquotas de PIS e COFINS ou a taxação de setores específicos, seguem a mesma lógica: tentar ampliar a arrecadação sem mexer nas despesas. Esse modelo, no entanto, está se esgotando.

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A reação do Congresso é um sinal claro de que o espaço político para aumento de impostos chegou ao limite. O governo, que até agora se recusou a pactuar um verdadeiro programa de consolidação fiscal, precisa entender que a confiança do mercado e da sociedade não se sustenta apenas com discursos. É preciso mostrar responsabilidade e compromisso com a sustentabilidade das contas públicas.

O grande problema é que o crescimento da arrecadação, que poderia ser um alívio, está sendo corroído por um aumento ainda maior dos gastos. Ou seja, arrecadamos mais, mas gastamos ainda mais, sem freios, sem planejamento e sem priorização. As consequências disso: juros ainda mais altos, dólar mais volátil e um ambiente de negócios cada vez mais instável. Enquanto isso, o Banco Central precisa manter a taxa de juros elevada para conter os efeitos inflacionários de uma política fiscal frouxa.

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O crédito encarece, o investimento esfria e a economia anda de lado. A classe média e os mais pobres, claro, pagam a conta no dia a dia no supermercado, no financiamento, no custo de vida. Em economia, não existe alquimia. O governo precisa fazer escolhas reais: cortar gastos, revisar benefícios, priorizar investimentos. Continuar erguendo puxadinhos fiscais só posterga o problema e aumenta o custo do conserto futuro.

https://open.spotify.com/episode/0ZgtRqeMjRxDGdMbKGbNbO?si=GJcdGqx2Tniaefc8x3XlyQ

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Izak Carlos

É economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Formado em economia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com MBA em Gestão Financeira pela Fundação Getúlio Vargas, mestrado e doutorado em economia aplicada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), já atuou como economista, especialista e consultor econômico da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG). Izak também é sócio-diretor da Axion Macrofinance e Especialista do Instituto Millenium.

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