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Segundo o secretário municipal de Saúde, Danilo Borges, a estratégia de vacinação extramuros já resultou em quase 100 mil doses aplicadas fora das unidades tradicionais (98 News/Reprodução)

Segundo o secretário municipal de Saúde, Danilo Borges, a estratégia de vacinação extramuros já resultou em quase 100 mil doses aplicadas fora das unidades tradicionais (98 News/Reprodução)

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A Prefeitura de Belo Horizonte segue apostando em estratégias para aproximar a vacinação da população e combater a resistência ao imunizante, especialmente entre os mais jovens.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Danilo Borges, a estratégia de vacinação extramuros já resultou em quase 100 mil doses aplicadas fora das unidades tradicionais, incluindo pontos em estações de metrô, shoppings, escolas e até dentro da rede de assistência social. Ele falou sobre o assunto em entrevista na 98 News nesta sexta-feira (25/7).

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“Considero exitosa. A estratégia consiste em levar a vacina para mais perto das pessoas. Foi por isso que nós colocamos pontos de vacinação em estações do metrô, em shopping centers, em vários lugares de grande circulação. Vacinamos em escolas, vacinamos pessoas acamadas, pessoas dentro da rede da assistência social. Foram quase 100 mil vacinas aplicadas nessa modalidade”, afirmou.

Apesar da cobertura vacinal ainda estar abaixo do ideal, o secretário destacou avanços. “Hoje a gente tem aí, com o exemplo da vacinação contra gripe, 60% de cobertura daquilo que é a população-alvo do Ministério da Saúde. Nós vacinamos muito mais. Nesse período ao longo de 2025, aplicamos quase 1 milhão de doses. Isso vai demonstrando que a gente está, aos poucos, vencendo essa resistência do negacionismo e do movimento antivacinas.”

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Segundo Danilo, o problema não é só de BH e exige atenção à desinformação. “A gente tem um movimento que não é de Belo Horizonte. Ele passa desde fake news até o descrédito ideológico com relação à origem do imunizante. Ou também o descrédito de que aquilo não é importante do ponto de vista individual. Ou seja, se o seu filho, Guilherme, estiver vacinado, ele já automaticamente imuniza o meu. Isso não é verdade.”

Ele aposta na mobilização das próprias crianças para combater o negacionismo. “Temos feito estratégias de fazer com que as crianças influenciem seus pais. Colocamos informações dentro das cadernetas das crianças que cursam nas escolas municipais, de forma com que elas próprias sejam agentes provocadores dentro de casa: ‘Papai, cadê minha vacina?’”

Falta de doses e cobranças ao Estado

O secretário também cobrou mais agilidade na reposição de estoques. Segundo ele, a prefeitura ficou cerca de seis meses sem receber novas doses da vacina da Covid e também enfrenta limitações no abastecimento contra a gripe e dengue.

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“A gente tem demonstrado para o Estado que a gente tem sido mais eficiente na aplicação das vacinas do que outros municípios. Pensando com a cabeça do Estado, é claro que eles têm que cobrir muitos municípios, 853, mas tem que ter esse olhar dinâmico para quem está executando mais e remanejar.”

Ele afirmou manter interlocução próxima com o Ministério da Saúde para garantir o fornecimento: “Estamos em diálogo com o ministro Padilha e sua equipe para que não nos deixem desguarnecidos de doses, como as contra hepatite, varicela e dengue. É demonstrando, tendo posse dos dados e estimulando essa autoridade para que se remanejem as doses até que se cheguem em novos lotes.”

Leitos lotados e alta hospitalar

Danilo também comentou sobre os gargalos no atendimento nas UPAs da cidade e anunciou a implementação de grupos de gestão de altas hospitalares, com foco em acelerar a liberação de leitos.

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“O que a gente observa é que BH tem sido avaliada com nota pior no serviço de saúde exatamente pela espera nas UPAs. Os hospitais são os grandes esvaziadores de UPA. Como podemos melhorar a eficiência dos hospitais para que o giro dos leitos amplie e a gente possa captar mais casos? A gestão de altas é uma das respostas.”

Ele explicou que o novo grupo terá autonomia para agilizar exames, consultas e até o contato com familiares de pacientes que precisam de suporte para continuar o tratamento em casa. “É um acompanhamento próximo, com autonomia para programar alta, garantir medicação em casa e retorno ao hospital, se necessário.”

Financiamento aquém do necessário

O secretário voltou a cobrar mais recursos do Estado e da União. Ele afirmou que Belo Horizonte vem arcando com o crescimento da demanda, inclusive da Região Metropolitana, sem o devido repasse.

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“O que a gente observa é que os investimentos do governo estadual, especialmente na nossa rede, estão aquém do que precisamos. O governo federal tem mantido uma linha reta de investimentos, que já não é suficiente. A inflação da saúde é mais alta que a tradicional. Já o Estado tem uma tendência decrescente nessa curva.”

Segundo Danilo, 30% dos atendimentos em BH são de pacientes de outros municípios, mas o financiamento é feito com base apenas na população residente da capital.

“BH é responsável por 4 milhões de pessoas, mas recebe recursos para atender 2,3 milhões. Nós precisamos de leitos de CTI nos municípios do entorno, de enfermarias e de UPAs mais potentes, para que os munícipes não tenham que buscar aqui. Enquanto continuarmos atendendo — e o SUS é universal —, o usuário vai continuar procurando. Ele tem razão.”

Impacto do tarifaço preocupa

O secretário demonstrou preocupação com os impactos do tarifaço nas contas da saúde, especialmente em relação a equipamentos e medicamentos importados.

“A importação de medicamentos — alguns com apenas um fabricante — nos preocupa. Assim como compras feitas com financiamento de longo prazo, que sofrem com variações cambiais. Podem sim impactar o equilíbrio financeiro das instituições e na oferta de serviço.”

Expansão das PPPs na saúde

Danilo também revelou planos de expansão das parcerias público-privadas (PPPs) na área da saúde. O modelo já é usado na construção de centros de saúde e, segundo ele, será estudado para novas áreas, como UPAs.

“Hoje todo mundo quer um centro de saúde PPP na sua comunidade. Isso aos poucos a gente vai vencendo. Então, sim, tem espaço para crescer e temos estudos em andamento. A próxima onda provavelmente serão as UPAs.”

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Roberth R Costa

Atuo há quase 13 anos com jornalismo digital. Coordenador Multimídia. Rede 98 | 98 News

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