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Primeiro ponto: a inflação é um processo de taxa de variação, e não de nível de preços em si. Isso é fundamental (Paulo Pinto/EBC)

Primeiro ponto: a inflação é um processo de taxa de variação, e não de nível de preços em si. Isso é fundamental (Paulo Pinto/EBC)

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No Visão Macro de hoje, vamos falar mais um pouco sobre outro dos agregados macroeconômicos mais importantes: a tão temida inflação. Mas não vamos discutir se, no Brasil, a inflação está alta ou baixa. Vamos olhar, conceitualmente, como ela de fato funciona.

Primeiro ponto: a inflação é um processo de taxa de variação, e não de nível de preços em si. Isso é fundamental.

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Por exemplo, algo pode ter subido de R$ 50 para R$ 100. Isso significa que a taxa de inflação — ou a variação daquele bem — foi de 100%. Mas, se no próximo período de medição o preço continuar em R$ 100, a inflação será zero, ainda que o nível de preços continue alto.

Também é essencial diferenciar dois tipos de inflação: a inflação de demanda e a inflação de oferta.

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  • Inflação de demanda: é aquela sobre a qual a política monetária consegue atuar, desacelerando a economia e ajustando o nível de preços às expectativas ao longo do tempo.

  • Inflação de oferta: está muito mais relacionada a disrupções nas cadeias produtivas, sobre as quais a política monetária tem efeito muito limitado.

Por isso, entender essa distinção é crucial.

Um terceiro ponto relevante envolve expectativas e inércia inflacionária. Lembrem que, como aprendemos na escola, o que está em movimento tende a permanecer em movimento.

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  • Se a inflação está baixa, as expectativas podem mantê-la baixa.
  • Se a inflação está alta, ela tende a se retroalimentar, permanecendo elevada.

No Brasil, isso é potencializado por dois fatores:

  1. Memória inflacionária, ou seja, nosso histórico de alta inflação.
  2. Economia altamente indexada, na qual grande parte dos contratos é reajustada por índices de preços.

Ou seja, a inflação não é apenas sobre preços altos, mas sobre a velocidade com que eles variam ao longo do tempo.

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Gustavo Andrade

Mestre em Economia pela UFMG (ênfase em microeconometria e finanças), com extensão pela London School of Economics. É docente em Economia e Finanças em faculdades renomadas, além de ter atuado ativamente como gestor e estrategista de portfólios desde 2013. Atualmente, além da docência em magistério superior, também atua como gestor de risco da Virtus Nexus Asset Management.

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