O governo dos Estados Unidos afirmou que pretende iniciar, em breve, operações terrestres contra grupos de narcotráfico ligados à Venezuela. Em resposta, o regime venezuelano colocou a Força Aérea em prontidão para defender o território diante do que considera uma ameaça norte-americana.
Durante uma conversa com militares no Dia de Ação de Graças, celebrado nessa quinta-feira (27/11), o presidente Donald Trump disse que os EUA passarão a conter o tráfico “por terra”, alegando que os cartéis estariam evitando enviar drogas por mar.
“Provavelmente já perceberam que as pessoas já não querem entregar [droga] por mar, e nós vamos começar a impedi-las por terra. […] Isso vai começar muito em breve. Avisamos para pararem de enviar veneno para o nosso país”, afirmou.
O presidente norte-americano não esclareceu como ocorrerão as ações, mas exaltou operações no Caribe e no Pacífico que, segundo ele, destruíram cerca de 20 embarcações desde 1º de setembro e deixaram mais de 80 mortos. Essas ações contam com o apoio de uma força naval e terrestre, incluindo o porta-aviões Gerald R. Ford, que opera com 4 mil soldados e 75 aeronaves.
Reação
Caracas reagiu com firmeza. O presidente venezuelano Nicolás Maduro classificou a movimentação militar dos EUA como parte de uma estratégia para tirá-lo do poder e pediu que a Força Aérea mantenha vigilância total. “Peço que estejam sempre imperturbáveis na sua serenidade, alerta, prontos e dispostos a defender os nossos direitos como nação”, disse, durante evento na Base Aérea de Maracay.
No mesmo local, tropas venezuelanas simularam a interceptação de aeronaves e o enfrentamento de tropas invasoras. O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, criticou países que, segundo ele, “se prestam ao jogo imperialista para militarizar o Caribe” e pediu que deixem de agir contra os interesses de seus próprios povos.
