Nenel e Antonelio, receberam a chef Janine Rocha, do Bistroteco, e falaram sobre a forte ligação do angu à baiana com a cultura de Nova Lima, especialmente às segundas-feiras, e as diferentes formas de sua preparação. Nenel ressaltou que os estabelecimentos locais têm uma “tradição gigantesca” de vender angu nesse dia da semana.
Janine Rocha, por sua vez, compartilhou detalhes sobre o preparo do seu famoso angu à baiana no Bistroteco. Ela revelou que utiliza sobras de carnes do final de semana para compor o molho, uma prática que, segundo ela, remonta à origem da tradição. “O meu angu, para quem vai lá todo dia comprar e toda segunda comer, o meu angu sempre tem uma sobra do meu final de semana no Bistroteco”, disse Janine. Ela ainda detalhou que o prato leva ingredientes como suã e, ocasionalmente, pescoço de peru, aproveitando o caldo para encorpar o molho.
Um dos segredos revelados por Janine é a utilização de milho quase maduro para garantir a consistência do angu: “É aquele milho que tá no sacolão que ninguém vai comprar para cozinhar e roer. Aquele que já tá quase duro. É ele que traz aquele amido todo e engrossa o angu para você fazer ele puro de milho verde”. Ela também utiliza um pouco de fubá para engrossar a grande quantidade de angu que prepara. O cozimento lento, por pelo menos 1 hora e meia a 2 horas, é fundamental para garantir a qualidade do prato.
Janine finaliza o seu angu com torresmo pururuca, cheiro verde e, ao invés da tradicional couve, utiliza almeirão: “todo mundo usa couve em Nova Lima, eu amo almeirão, então eu faço as coisas de verdade do jeito que eu gosto também, entendeu? É a minha paixão”.
A combinação de tradição, ingredientes de qualidade e um toque pessoal faz do angu à baiana do Bistroteco um destaque na cena gastronômica de Nova Lima.
*Estagiário sob supervisão da editora Jackeline Oliveira