A relação entre o técnico Abel Ferreira e torcedores do Palmeiras parece ter chegado ao nível máximo de tensão desde 2020, quando a parceria se iniciou entre o clube paulista e o português. Após o vice da Libertadores para o Flamengo, a torcida alviverde passou a enviar ameaças ao comandante de um jeito bastante inusitado: via Pix.
Imagens de comprovantes de transferências com insultos circulam nas redes desde o fim de semana e chamaram a atenção de torcedores de outras equipes. Em tom de provocação, flamenguistas chegaram a pedir a chave Pix de Abel Ferreira para “agradecer” pelo título.
Um dos comprovantes traz o campo de descrição, utilizado para identificar a natureza do pagamento, com a mensagem: “Vá embora do Palmeiras, seu ***, você e sua panela. Você acabou com o ano mais promissor de nossa história. Deu dois títulos para o Flamengo”.
A indignação dos palmeirenses vem do desempenho muito abaixo do esperado na final, já que o time não acertou nenhum chute no gol de Rossi, abusou das bolas longas e terminou a partida com apenas 39% de posse de bola. A insatisfação, porém, não nasceu na decisão. Ela se arrasta ao longo da temporada, desgastando uma relação que já foi considerada uma das mais sólidas do futebol brasileiro e já dura quase seis anos e acumula muitos troféus.
O que diz o BC?
O Banco Central não proíbe microtransferências via Pix e afirma que não há valor mínimo para operações, o que permite envios simbólicos de valores como R$ 0,01 apenas para deixar mensagens no campo de descrição. Mesmo assim, o BC ressalta que o Pix é totalmente rastreável e submetido a mecanismos de segurança.
Enviar repetidas microtransferências pode acionar alertas nos bancos e, caso seja usado para assédio, ameaça ou intimidação, pode resultar em responsabilização criminal, já que o sistema registra com precisão o remetente e o teor da transação.
