O Brasil tem mais de 1 milhão de drones voando fora dos padrões legais, sem qualquer tipo de homologação da Anatel, que é responsável por esse tipo de processo. São apenas 200 mil devidamente autorizados a operar no país.
O dado foi trazido em primeira mão à Rede 98 por Renato Werner, especialista em tecnologia aplicada à segurança pública e fundador da POLSEC, empresa mineira que atua com sistemas de bloqueio, guerra eletrônica e neutralização de drones.
“O crime não respeita a lei, não respeita a regulamentação. Hoje temos cerca de 200 mil drones registrados, mas estima-se que existam aproximadamente 1 milhão e 200 mil drones em operação no Brasil — ou seja, 1 milhão sem registro. Esse número é um alerta. Todos nós estamos em risco, não é só a polícia ou o governo. Existem diversos órgãos responsáveis por partes diferentes desse controle. A ANAC, por exemplo, cuida da aviação. Já a Anatel regula e fiscaliza a parte de rádio e transmissão. E tem, claro, a Receita Federal, que deveria controlar a entrada desses equipamentos, muitos dos quais chegam ilegalmente ou, mesmo entrando legalmente, não são registrados.”
Renato Werner chama a atenção para outro movimento perigoso, que é a fabricação de drones caseiros, em fundos de imóveis, sem testes de segurança, controle técnico ou garantia de funcionamento adequado.
“Existem os ‘caseirinhos’ — é assim que a polícia penal e a polícia judiciária chamam os drones fabricados artesanalmente, montados em casa, no fundo de quintal, por diversas pessoas. Eles não têm número de série, nem registro na transmissão dos dados. Porque, quando você compra um drone — mesmo que ainda não esteja registrado —, se for de uma fábrica conhecida, ele emite um sinal de rádio que permite identificar o fabricante. Já os ‘caseirinhos’, não. E esse é um grande problema que está acontecendo hoje no Brasil.”
Em alerta recente, a Anatel lembrou que drones sem homologação não passam por testes de qualidade e podem causar acidentes graves. Entre os riscos estão superaquecimento e explosão, além de interferências em redes essenciais. Procuramos a Anatel para um balanço sobre esses equipamentos e aguardamos um retorno.