Arnaldo Antunes fala sobre ‘Novo Mundo’ antes de subir ao palco em BH; leia entrevista

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Artista se apresenta em BH nesta sexta-feira (Leo Aversa/Divulgação)

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O pulso artístico de Arnaldo Antunes ainda pulsa com força. Em março deste ano, o titã lançou o 20º disco da sua discografia solo, posto em rotação pelo selo Risco. Agora, o compositor paulista se prepara para desembarcar em Belo Horizonte, onde apresentará as “invencionices” de um ‘Novo Mundo’, às 21h dexta-feira (18/7). O Sesc Palladium foi o palco escolhido para sediar o encontro com o público mineiro.

Embora trate de uma turnê solo, Arnaldo chega à capital acompanhado de banda. O grupo que o sustenta em cena fica responsável por dar vida às ideias musicais mirabolantes — marca indelével do artista —, presentes também no álbum. ‘Novo Mundo’ cai como um verdadeiro prato cheio nos ouvidos dos fãs de batidas intensas, ritmos e timbres pouco usuais.

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Em entrevista à jornalista Marcela Machado, da Rádio CDL FM, o artista contou mais sobre o processo criativo por trás do disco, as parcerias presentes no trabalho e mais. Confira:

Marcela: Vamos começar falando do álbum ‘Novo Mundo’, que também dá nome a uma das 12 músicas do disco. Essa faixa faz uma forte reflexão sobre a crise climática, os meios digitais e ainda tem a participação do rapper baiano Vandal. É música bem visceral, né? A gente fala ‘Novo Mundo’ e acha que é uma música positiva, e, de repente, vem uma pancada.

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Arnaldo: Pois é, o título ‘Novo Mundo’ parece indicar algo otimista, mas a faixa já abre o disco com um tom bem distópico. É uma faixa um tanto distópica, fazendo um retrato do período hostil que a gente tá vivendo em várias áreas: na política, com a ascensão da extrema-direita, com guerras acontecendo; na área ambiental, com essa crise sem precedentes — quase chegando ao ponto de não retorno — e ainda tem muita gente que se nega a acreditar nisso; do ponto de vista das linguagens digitais, tem essa coisa dos algoritmos impulsionando intolerância, ódio e violência. Mas eu acho que a consciência desse período que a gente vive é importante para pensarmos em como reagir a essa conjuntura. E o próprio disco apresenta algumas respostas. De certa forma, ele apresenta algumas respostas possíveis nas canções que vêm depois — no seu lado mais solar, mais amoroso — em músicas como ‘Para Não Falar Mal’, ‘Viu, Mãe?’, ‘Acordarei’, e etc.

Marcela: E esse frescor no disco também passa muito pela sonoridade. O produtor Pupillo, ex-Nação Zumbi, teve um papel importante nisso, não?

Arnaldo: Acho que esse título Novo Mundo acaba se referindo inevitavelmente também a uma renovação sonora do meu trabalho. É um disco com banda, diferente de todos os outros que já fiz em estúdio. Tem esse frescor, principalmente por causa do Pupillo, que além de produzir, tocou as baterias, percussões e ritmos eletrônicos. Ele é muito inventivo, cria soluções originais para os arranjos, aponta caminhos. Foi um banho, trabalhar com ele. E essa riqueza também aparece no show Novo Mundo, que chega a BH nesta sexta-feira. Muito feliz de estar voltando a BH. No show, a gente toca quase o disco todo — 10 músicas do novo álbum — mas também músicas de outras fases da carreira, como ‘Pulso’, ‘Socorro’, ‘Fora de Si’, ‘Comida’, ‘Já Sei Namorar’, ‘Debaixo d’Água’.

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Marcela: Vamos falar um pouquinho mais do disco, que tem grandes participações: Ana Frango Elétrico, seu filho Tomé, Erasmo Carlos em participação póstuma, Marisa Monte… e também o David Byrne, fundador do Talking Heads! Como surgiu esse convite?

Arnaldo: Ah, eu já sou admirador do trabalho do Byrne há muitos anos, desde a época do Talking Heads, nos anos 80, e depois em sua carreira solo. Ele é um artista que está sempre se renovando — e eu me identifico com isso. Já conhecia ele de alguns encontros, e ele até escreveu o prefácio de uma antologia de poesia minha que saiu na Espanha nos anos 90. Mandei duas ideias para ele escolher uma, mas ele se animou e fez as duas. Então temos duas faixas com a participação dele, que foram compostas por e-mail durante meses. Depois gravamos e resultou nessas duas faixas bilíngues, com ele cantando em inglês e eu em português.

Marcela: E sobre o setlist… além do disco Novo Mundo, músicas dos Titãs, da sua carreira solo, Tribalistas… Vai ter alguma surpresinha para o show de BH?

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Arnaldo: Olha, acho que tudo é surpresa, porque o show está muito fresco. Estreou há dois, três meses, está no comecinho da turnê. Então não posso contar muito. Mas posso adiantar que tem uma coisa cênica de luz, feita com raio laser e fumaça. O cenário é composto pela luz, com soluções muito originais. Tem uma novidade: a música ‘Cultura’, do meu primeiro disco solo — que depois foi regravada pelo Palavra Cantada. É do álbum ‘Nome’, de 1993. Uma música muito antiga que eu não cantava há mais de 30 anos.

Marcela: Muito obrigada, Arnaldo. Então, gente, imperdível: ‘Novo Mundo’, nesta sexta-feira, às 21h, no Sesc Palladium, na Augusto de Lima, 420, no centro de BH. Ingressos à venda no Sympla. Arnaldo, um beijo e até lá!

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Thiago Cândido

Jornalista pela UFMG. Repórter na 98 desde 2025. Participou de reportagem vencedora do Prêmio CDL/BH de Jornalismo 2024.

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