O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira (19/5) que “faz sentido” o BC manter a taxa básica de juros em patamar elevado por tempo “mais prolongado” em razão do cenário de “incerteza” em relação à economia do país.
A declaração ocorreu durante evento promovido pelo Banco Goldman Sachs, em São Paulo, no mesmo dia da divulgação do Boletim Focus, com as projeções para PIB e inflação. A taxa Selic seguiu nos 14,75% ao ano, o maior nível em quase 20 anos. A estratégia, segundo o BC, é conter a inflação por meio da desaceleração da economia.
“Achamos que isso é absolutamente normal e temos reforçado que, com as expectativas desancoradas, no cenário que temos assistido, e até com o histórico mais recente, faz sentido permanecer com essas taxas de juros no patamar restritivo por um tempo mais prolongado do que usualmente se costuma praticar”, disso.
Evitando sinalizar que o BC vai além de manter os juros restritivos pelo tempo que for necessário, Galípolo afirmou que, “para a tristeza de quem esperava algum tipo de indicação”, o momento é de apontar como o Copom vai reagir, e não o que vai fazer nas decisões sobre juros.
“Acho que o momento de incerteza demanda muito mais uma postura nesse sentido, para a gente explicar qual é a nossa função de reação e menos dizer o que nós vamos fazer”, comentou.
A respeito dos possíveis choques decorrentes da política comercial dos Estados Unidos, Galípolo citou a atividade global, as commodities e o câmbio entre os principais canais de transmissão.
*Com informações da Agência Estado