Após meses de negociação mediada pelo Ministério Público, o Governo de Minas anunciou um acordo com as 341 famílias que precisarão deixar suas moradias para viabilizar o avanço das obras da Linha 2 do metrô da Região Metropolitana de Belo Horizonte. O entendimento garante indenização, aluguel social por quatro meses e apoio com mudanças, respeitando os direitos dos moradores afetados.
“É com grande satisfação que anunciamos esse acordo com as famílias, que não vão ficar desamparadas, e asseguramos a continuidade do projeto, que vai transformar a realidade da população da capital e da região metropolitana”, afirmou o governador Romeu Zema.
O processo de conciliação teve início em março, com a participação da Secretaria de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra), da Advocacia-Geral do Estado (AGE), da Defensoria Pública, da concessionária Metrô BH e dos representantes das famílias. Segundo o vice-governador Mateus Simões, o acordo foi concluído pouco mais de um mês após o início das tratativas.
Indenização e apoio à transição
Pelo acordo, os moradores receberão indenizações diretamente em conta, podendo escolher o imóvel para residir durante o período de transição. A Metrô BH ficará responsável pela formalização individual dos acordos e pelos pagamentos. Além disso, a concessionária custeará duas mudanças por família: uma para o imóvel alugado e outra para a nova moradia definitiva.
A desocupação será feita por etapas, em cronograma alinhado com a empresa, para garantir a segurança dos moradores e o andamento das obras. Após a saída das famílias, os imóveis serão demolidos.
Obra esperada há décadas
Com 10,5 quilômetros de extensão e sete novas estações, a Linha 2 do metrô é uma demanda histórica da RMBH, aguardada há mais de 20 anos. As obras tiveram início em setembro de 2024, com a construção das estações Amazonas e Nova Suíça.
A expectativa é que a nova linha beneficie diretamente mais de 50 mil pessoas por dia, promovendo integração com a Linha 1, reduzindo o tempo de deslocamento e ampliando a qualidade de vida de milhares de usuários do transporte público.
Para o secretário Pedro Bruno (Seinfra), o acordo com as famílias reforça o compromisso do Estado com uma infraestrutura moderna e socialmente justa. “Fizemos questão de construir esse processo com diálogo, responsabilidade e respeito aos direitos das pessoas envolvidas”, afirmou.