A deputada estadual Leninha foi eleita presidente do Partido dos Trabalhadores em Minas Gerais e já projeta um novo rumo para a legenda no estado. Em entrevista à 98 News, nesta quinta-feira (17/7), ela falou sobre a disputa interna do partido, as articulações para 2026, a possibilidade de apoio ao senador Rodrigo Pacheco (PSD) e os próximos passos da Assembleia Legislativa na pauta do programa Propag.
Disputa interna e composição
A eleição da nova executiva estadual foi marcada por disputas judiciais, mas, segundo Leninha, o momento agora é de união. “A fase da disputa já passou. Isso não é dessa eleição, são de várias eleições. O fato da judicialização foi uma novidade para gente, mas a gente respeita também as decisões dos grupos internos do PT e pelo fato de respeitá-los, a gente acredita que o momento da composição que é agora, eles virão deixando para trás o que foi o processo e mirando o futuro.”
Ela destacou que o apoio de outros deputados à sua candidatura teve como objetivo preservar a unidade da sigla em Minas.
Eleições municipais e fortalecimento local
Para 2024, o partido quer retomar o trabalho de base e ampliar o número de prefeituras comandadas pelo PT.
“Nós devemos retomar o debate sobre uma inclusão mais politizada. A gente precisa conversar mais com a população sobre essa questão de decisões de governo federal, de programas importantes. […] Nós precisamos antecipar o processo de escolha de nomes, baseado em pesquisa, em intenção de voto, mas principalmente do debate sobre as cidades.”
Lideranças femininas e cenário majoritário
Leninha considera as prefeitas Marília Campos (Contagem) e Margarida Salomão (Juiz de Fora) como nomes fortes do partido, com potencial para disputar cargos maiores.
“Elas são referências na prática da boa política, daquilo que o PT espera de um gestor local. […] Devem ser consideradas, respeitadas e ouvidas, e nesse contexto nós estamos com disposição para construção desse diálogo com as duas e com outras lideranças do PT também.”
Apoio a Pacheco em 2026
Leninha confirmou que há conversas sobre o apoio do PT à possível candidatura de Rodrigo Pacheco ao governo de Minas. “O Lula, ele publica declarou desejo que Rodrigo Pacheco seja o candidato ao governo de Minas. […] A gente tem um respeito enorme pelo Rodrigo Pacheco, um cidadão estadista para Minas Gerais. […] A gente vê no Rodrigo Pacheco essa imagem de estadista, de uma pessoa que tem robustez, que tem uma postura, que tem inteligência política.”
Segundo ela, a decisão será construída de forma coletiva e dialogada com a bancada federal e o diretório nacional do PT.
Papel do PT nacional
A nova presidente defendeu uma maior influência do PT mineiro nas articulações nacionais. “A nossa intenção é que o PT de Minas Gerais tenha uma nova posição frente ao PT Nacional e ao próprio presidente Lula. […] A gente quer protagonizar, a gente não quer só ser coadjuvante.”
Propague e venda de estatais
Sobre a pauta do segundo semestre na Assembleia Legislativa, Leninha reforçou que o foco seguirá sendo o programa Propag, mas destacou resistência à venda da Cemig e Copasa.
“A nossa crença é de que a Codemig seja bem avaliada pelo BNDES e os valores que a Codemig significa possa já significar o percentual do abatimento da dívida, não sendo necessário essa discussão da Cemig e da Copasa.”
Ela também criticou a tentativa do governo estadual de retirar da Constituição mineira a obrigatoriedade de plebiscito para privatizações.
“O governo Zema, sabendo que ele pode ser derrotado nessa proposta, quer mudar a Constituição Mineira, fazendo com que a Assembleia tire essa emenda da nossa Constituição.”