Sucesso de bilheteria no mundo todo, o filme Conclave, indicado ao Oscar em oito categorias, levou às telonas os bastidores da disputa dos cardeais pela liderança máxima da Igreja Católica. Com a morte do papa Francisco, nesta segunda-feira (21/4), esse processo está prestes a se desenrolar no Vaticano.
Segundo Luciano Gomes dos Santos, professor de Teologia e Filosofia da Uniarnaldo Centro Universitário, o conclave pode ocorrer de 15 a 20 dias após a morte do papa. Somente cardeais abaixo de 80 anos podem participar da eleição do novo líder e, durante esse processo, eles ficaram isolados na Capela Sistina.
“A votação é secreta e para que haja eleição do novo papa é necessário 2/3 dos votos. Não há um tempo fixo para que essa escolha ocorra, mas historicamente esse processo ocorre dentro de um a cinco dias. Se o impasse durar, as votações continuam até chegar nesse consenso necessário”, explica o professor.
Sete cardeais brasileiros irão participar do conclave. Um dos nomes mais comentados é o do Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador que foi indicado pelo próprio Francisco para integrar o Conselho de Cardeais, em 2023.
“O conclave tem lá a sua surpresa e nós não sabemos, de fato, o que poderá acontecer nos bastidores. Nesse intervalo sem papa, a liderança da Igreja Católica fica a cargo do camerlengo, que nesse caso é o cardeal Kelvin Fahel. Ele vai administrar os assuntos do Vaticano, mas ele não pode tomar nenhuma nenhuma decisão ou nomear bispos. A igreja acaba entrando em um período de espera e oração até que se escolha, por meio do conclave, a nova liderança”, explicou o especialista.
Despedida do papa Francisco
O corpo do papa Francisco será velado na Basílica de São Pedro durante três dias e, nesse período, os fiéis terão a oportunidade de se despedir do líder da Igreja Católica.
“Depois nós teremos a missa das exéquias, que é o momento de entrega dessa passagem, de celebrar a Páscoa do papa Francisco junto de Deus”, explica o professor Luciano. O camerlengo será responsável, nesse período, por conduzir os ritos de despedida do papa.
“Ele vai retirar o anel de pescador do Papa Francisco, que é o símbolo do serviço e do poder papal. Esse anel é destruído para evitar qualquer falsificação e, depois, é fechado o testamento espiritual do Papa Francisco”, finalizou o professor.