O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou nesta sexta-feira (19/9), em Belo Horizonte, que não há previsão de mudanças no secretariado estadual em razão da Operação Rejeito. Deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta semana, a ação investiga suspeitas de fraude e corrupção em atividades de mineração na região metropolitana da capital.
Zema destacou que o governo mineiro tem dado “total apoio” às investigações e reforçou o compromisso da gestão com a transparência. Ele ressaltou, ainda, que a Controladoria-Geral do Estado já havia apontado indícios relacionados ao caso, mas, por não ter poder de polícia, o processo seguiu em andamento até a atuação das autoridades federais.
“O que eu espero é que a investigação prossiga e que aqueles que realmente fizeram algo de errado sejam responsabilizados”, afirmou Zema.
Segundo o governador, não há motivos para substituição de secretários neste momento. Ele defendeu que, ao longo de quase sete anos de gestão, o secretariado de Minas se manteve estável, com alguns titulares permanecendo em suas pastas pelo maior período da história do estado. “Isso mostra que somos um governo que preza pela estabilidade”, disse.
Ao lado do ex-presidente Michel Temer, Zema ainda ressaltou que a operação deve trazer “ganhos e mais transparência” aos processos de análise ambiental em Minas. “Estamos tranquilos para encaminhar a reta final da gestão”, concluiu.
Desligamentos
A fala do governador ocorre dias após a exoneração do então presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), João Paulo Martins, cujo nome está envolvido nas ações da PF pela Operação Rejeito.
Daniel Silva Queiroga, chefe de gabinete de João, também foi desligado.
Entenda
A Polícia Federal deflagrou na quarta-feira (17/9) uma nova fase da Operação Rejeito, que investiga um dos maiores esquemas de corrupção e mineração ilegal já registrados em Minas Gerais. A ação tem como foco uma organização criminosa acusada de operar lavra ilegal de minério por meio de fraudes, subornos e empresas de fachada.
Entre os principais alvos da operação estão mineradoras e holdings que, juntas, movimentaram centenas de milhões de reais com extração irregular de minério, segundo as investigações. A Justiça Federal apontou que o grupo usava “testas de ferro” e montava estruturas empresariais para lavar dinheiro e dificultar o rastreamento das atividades criminosas.
Veja a lista completa de mineradoras citadas aqui.