A perícia do Instituto Nacional de Criminalística concluiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é portador de hérnia inguinal bilateral e tem indicação de cirurgia para correção do problema. O procedimento, segundo os peritos, deve ser feito de forma eletiva, ou seja, sem caráter de urgência.
O documento também registra uma “piora progressiva” do quadro, associada ao aumento da pressão intra-abdominal, provocado por crises frequentes de soluços e tosse crônica.
A hérnia inguinal ocorre quando parte do intestino ou de outro tecido abdominal se projeta por uma área enfraquecida da musculatura na região da virilha. No caso bilateral, a condição atinge os dois lados do corpo, direito e esquerdo, podendo causar dor, desconforto e sensação de peso, especialmente em esforços físicos.
O histórico médico analisado mostra a evolução do problema ao longo de 2025. Em agosto, uma tomografia não apontava alterações. Já em novembro, foi descrita hérnia inguinal unilateral, que permaneceu nos relatórios seguintes até que exames de ultrassom e avaliação física, em dezembro, confirmaram o diagnóstico bilateral.
Apesar da indicação cirúrgica, os peritos destacam que não há sinais de agravamento imediato. “Não há descrição de encarceramento ou estrangulamento da(s) hérnia(s) em nenhum momento”, afirma o relatório.
O laudo também avaliou os soluços persistentes relatados por Bolsonaro. Segundo os especialistas, o bloqueio do nervo frênico é uma alternativa “tecnicamente pertinente” e deve ser realizado “o mais breve possível”, já que o quadro tem prejudicado o sono e a alimentação e pode aumentar o risco de complicações da hérnia.
