O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), criticou, nesta quinta-feira (24/7), a condução do presidente Lula diante do tarifaço anunciado pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Em tom incisivo, Simões afirmou que “Twitter [antigo nome da plataforma X] não resolve problema da realidade, nem substitui negociação diplomática” e pediu que o presidente “deixe o Itamaraty trabalhar”.
Segundo Simões, o impacto da sanção imposta pelo presidente estadunidense, Donald Trump, será devastador para Minas, especialmente nas exportações de frutas e café. No entanto, o governo estadual já estaria buscando alternativas para redirecionar os produtos mineiros a outros mercados.
Apesar de reconhecer que a condução da política externa é uma atribuição da Presidência da República, Simões cobrou menos exposição midiática por parte do governo federal. “Não adianta ficar fazendo postagem no Twitter reclamando do presidente americano — é preciso sentar à mesa e negociar as novas condições”, declarou.
Simões também criticou o que chamou de “forma atabalhoada” com que o governo Lula tem tratado as negociações internacionais. Para ele, o foco deveria ser a defesa dos interesses do país, em especial das regiões produtoras mais vulneráveis aos impactos comerciais. “Pare de dar opinião sobre política americana e cuide do Brasil, que está uma bagunça sob o governo dele e precisa de atenção”, disparou contra o presidente.
Com as medidas tarifárias previstas para começarem em 1º de agosto, o vice-governador alertou para o risco de uma paralisia nas exportações mineiras para os Estados Unidos. Ele afirmou que o governo de Minas está trabalhando diretamente com os setores afetados para tentar mitigar os danos, mas reforçou que a solução definitiva depende de ação diplomática eficaz por parte da União.