O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou nesta terça-feira (3/6), que o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) não deve ser usado pelo governo com o objetivo de elevar a arrecadação, nem para substituir o aumento de juros.
Segundo Galípolo, o BC tem receio de que a recente elevação do imposto seja interpretada pelos investidores internacionais como controle de capital.
“Eu sempre tive essa visão de que não deveria utilizar o IOF nem para questões arrecadatórias, nem para fazer algum tipo de apoio para a política monetária. É um imposto regulatório, como está bem definido”, disse Galípolo durante evento em São Paulo.
Em relação ao impacto da medida sobre a economia, o presidente do BC afirmou que a instituição vai ser cuidadosa ao incorporar o aumento do IOF às projeções, porque o governo e o Congresso constroem propostas alternativas.
Segundo Galípolo, somente após o formato final da proposta, a autoridade monetária vai analisar os efeitos sobre a inflação e o PIB.
“A gente tende a consumir com mais parcimônia, aguardar o desenho final para entender de que maneira e quanto deve ser incorporado nas nossas projeções”, concluiu.