O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), explicou nesta quarta-feira (18/6), em entrevista na 98 News, como o governo estadual pretende alcançar R$ 100 bilhões em aportes logísticos até 2026.
Segundo Simões, boa parte dos aportes deve ocorrer por meio de concessões rodoviárias. Ele conta que R$ 60 bilhões já foram distribuídos.
“Dos R$ 40 bilhões que faltam, o que nós temos para fazer aporte direto é cerca de R$ 1 bilhão para este ano e, para o ano que vem, entre R$ 1,5 bilhão e R$ 3 bilhões, dependendo exatamente do Propag”, afirmou.
O restante dos aportes, conforme o vice-governador de Minas, depende de leilões de concessão, como os dos trechos Ouro Preto–Mariana, Zona da Mata, Noroeste e o quadrilátero ferrífero. Mas, segundo Simões, o impasse jurídico sobre o edital do Vetor Norte pode comprometer o avanço dos projetos.
“É uma pena que a Justiça tenha decidido impedir que as pessoas que moram em Pedro Leopoldo, Matozinhos, Prudente de Morais tenham as vias requalificadas. Nós vamos ficar com isso parado até lá.”
‘Peso desigual’ entre estados e União
O vice-governador ainda criticou o TCE (Tribunal de Contas do Estado) por travar o edital de concessão do Vetor Norte, alegando exigências que podem inviabilizar o cronograma.
“Chegou a se falar em 12 audiências públicas com 30 dias de distância entre cada uma, mais os 45 dias de consulta. Alguém imaginar que você deva ter dois anos de preparação, de consulta para fazer um projeto, já tá perdido.”
Ele também comparou o cenário estadual com o das concessões federais. Para Simões, há um “peso e medida desigual” nas exigências feitas a Minas Gerais.
“Eu não me agrado do fato de o governo federal conseguir implantar pedágio na região metropolitana em todas as suas concessões… e aí a gente não pode fazer porque está pondo pedágio na metropolitana. Qual é o peso usado para as concessões federais e o usado para as estaduais?”, questiona.
Concessões como saída
Simões também destacou que o modelo de concessões não é exclusivo do Brasil e a importância delas para que a meta de R$ 100 bilhões em aportes logísticos sejam alcançados.
“Em todo lugar do mundo, concessão é o caminho para infraestrutura. E o Brasil precisa começar a caminhar mais rápido nessa direção, senão a gente vai ficar para trás em geração de emprego e renda.”
“Se for Propag, tem R$ 3 bilhões. Se não for, tem R$ 1 bilhão. E aí você fala: como vocês vão fazer R$ 40 bilhões se só têm menos de R$ 5 bilhões de para investir? concessões”, disse.