Apenas 1% dos imóveis à venda em BH cabem no bolso de famílias de menor renda

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O desafio é ainda maior diante do déficit de quase 7 milhões de moradias no país, concentrado na população de até quatro salários mínimos (Divulgação/Prefeitura de BH).

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O mercado imobiliário de Belo Horizonte expõe um contraste preocupante: apenas 1% dos imóveis disponíveis para venda na capital mineira são de padrão econômico, ou seja, aqueles que possuem um custo reduzido, destinado a famílias de média e baixa renda. O dado foi destacado pela economista-chefe do Sinduscon-MG e da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, que alerta para as consequências da legislação urbana restritiva.

“Isso significa apenas 54 unidades acessíveis em um universo de quase 4.900 imóveis novos para vender”, afirmou Ieda em entrevista à 98 News. Segundo ela, as regras atuais limitam o potencial construtivo, encarecem os projetos e dificultam o acesso à moradia popular. “A população de menor poder aquisitivo acaba sendo a mais prejudicada”, reforçou.

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O cenário mineiro se mostra ainda mais grave quando comparado a outras capitais do Sudeste. Em São Paulo, quase 50% do estoque imobiliário disponível é de padrão econômico. No Rio de Janeiro, o índice é de 35%. “Esses números, por si só, já demonstram a urgência da necessidade de mudanças na legislação urbana em Belo Horizonte”, disse a economista.

O desafio é ainda maior diante do déficit de mais de 6 milhões de moradias no país, concentrado na população de até quatro salários mínimos. Para Ieda, programas como o Minha Casa, Minha Vida poderiam ter mais impacto em Belo Horizonte, caso houvesse maior flexibilidade urbanística.

Empregos em alta, lançamentos em queda

Apesar do entrave na oferta de imóveis populares, Minas Gerais segue como um dos estados que mais geraram empregos no setor da construção civil em 2025. Entre janeiro e julho, foram abertas quase 21 mil vagas formais, sendo 10 mil apenas na capital. O destaque foi a infraestrutura urbana, com 7 mil postos ligados a obras como a Linha 2 do metrô.

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No entanto, os lançamentos imobiliários recuaram, impactados pelos juros elevados, mantidos em 15% ao ano pelo Copom. Para Ieda, isso limita novos investimentos e impede que a produção imobiliária acompanhe a demanda.

Déficit habitacional e perspectivas

A expectativa para este ano é de crescimento de 2,3% na construção civil, acima da média da economia nacional (2,1%). Mas, para a economista, o ritmo segue insuficiente: “Um país com tamanho déficit habitacional e de infraestrutura precisaria estar crescendo muito mais.”

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