No Visão Macro de hoje, vamos discutir um pouco mais sobre os fundos da política monetária, sob a luz da nova ata do dia 11 de novembro, publicada pelo Banco Central após a decisão última, né, de manutenção da taxa de juros em 15%, apontou ainda duro e mantendo, né, a temática do “bastante prolongado”.
Muito embora o comunicado tenha vindo com uma temática muito mais hawkish ou dura, a ata, talvez, tenha tirado um pouco do pé, porque, de fato, na ata, mostramos as discussões que aconteceram no processo decisório. E é verdade, sim, que se assume uma melhora da desaceleração mais visível e mais, talvez, estrutural — muito cuidado com essa palavra — mas talvez um pouco mais estrutural.
Assim como o processo de convergência das expectativas inflacionárias, que tem sido muito é melhor por conta da questão do câmbio, da apreciação do câmbio e, principalmente, também da questão dos alimentos, que foi também favorecido muito por conta do fluxo monetário internacional, como já discutimos anteriormente.
A ata traz um tom que falamos um pouco mais dovish, um pouco mais tranquilo, assumindo ainda, né, que é necessário esse período “bastante prolongado”, mas sem colocar novas necessidades de alta. Pelo contrário. Talvez a ata seja um prenúncio de que, na próxima reunião, essa frase “bastante prolongado” possa ser retirada, de fato, do comunicado, sinalizando, talvez, um aumento de probabilidade para o corte de juros cíclicos em janeiro de 2026 e não novembro de 2026.
O próprio dado do IPCA cheio de outubro, publicado também nessa data de 11 de novembro, traz alguma referência específica para continuidade de surpresas inflacionárias baixistas, principalmente, né, nos temas mais sensíveis a câmbio como, por exemplo, a alimentação dentro do domicílio. Muito embora a grande preocupação continue sendo para serviços subjacentes, serviços como um todo, ainda mantendo um índice de difusão bastante alto.
Mas o que chama, talvez, a atenção foi uma menção pouco agressiva, né, em relação aos impactos ou aos possíveis impactos da isenção do imposto de renda de 5.000. Assim como a manutenção nas projeções do cenário do Banco Central de tarifa amarela, não só este ano, mas também, né, em dezembro de 2026, o que pode levar alguma convergência, né, da antecipação que o mercado tenha para o processo de corte de juros. Ainda é muito cedo de falar que, de fato, podemos cravar, é, um começo de queda em janeiro.
Acho que ainda parece muito mais estabelecido para março de 2026. Mas as coisas vão se construindo aos poucos. E o Banco Central pode se resguardar em uma mudança rápida da comunicação na próxima reunião que acontece em dezembro, principalmente retirando temas mais sensíveis, como essa palavrinha “bastante”. Aqui a semântica importa bastante, importa muito. Diga-se de passagem, né, teremos muito mais informação ao longo do próximo mês, assim como na última reunião do Copom deste ano, que acontece em dezembro.
Assim, também absorvendo as temáticas de incerteza que acontecem ao redor do mundo, política monetária americana, que, pelo menos por hora, temos novas dúvidas da continuidade do corte para a próxima reunião, muito embora pareça que deve acontecer.
