Barulho segue sendo a principal causa de conflitos em condomínios brasileiros, de acordo com o Censo Condominial Brasil 2024-2025, realizado pela startup uCondo. A pesquisa revela que reclamações envolvendo som alto, festas, gritaria, latidos de cães e uso de instrumentos musicais ocupam o topo da lista de incômodos entre vizinhos. “Ficou muito claro para nós que o barulho foi destaque”, disse Léo Mack, cofundador da uCondo e diretor de operações da empresa, em entrevista nesta segunda-feira (28/7), à 98 News.
Segundo Léo, o problema se agrava por desconhecimento da legislação e das regras internas do condomínio. “Boa parte dos moradores está vivendo em condomínio pela primeira vez e acredita que pode fazer reformas ou mudanças em qualquer horário”, explica. A legislação brasileira prevê punições para quem perturba o sossego alheio, incluindo multas que podem variar de R$ 200 até R$ 200 mil, dependendo da reincidência e da gravidade.
A orientação, segundo o especialista, é sempre buscar o diálogo antes de tomar medidas mais rígidas. “A primeira coisa é conversar numa boa com o vizinho. Se não resolver, o ideal é acionar a equipe administrativa ou o síndico”, recomenda. O síndico é o responsável por aplicar as penalidades previstas no regimento interno e nas decisões de assembleia.
Como apoio na gestão desses conflitos, a uCondo desenvolveu a inteligência artificial Amora, treinada especialmente para resolver questões do cotidiano condominial. “A Amora interpreta o regimento interno e responde dúvidas com base na legislação brasileira. Ela pode até sugerir formas de resolver conflitos específicos”, detalha Leo. O sistema pode ser usado gratuitamente no site da empresa, funcionando como uma assistente virtual para moradores e síndicos.
Se mesmo após tentativas de diálogo, aplicação de multas e mediação do síndico o problema persistir, a recomendação é acionar a Justiça. “A palavra-chave é reincidência. Tentou conversar, aplicou multa e não resolveu? Aí sim, o caminho pode ser uma ação judicial, inclusive coletiva”, conclui Leo.