Prezado eu do passado, hoje você está aí em uma fila longa, como eram as filas dessa sua época, prestes a se inscrever no vestibular. E, claro, você está inseguro, pensando se essa escolha de ser professor vale mesmo a pena. Você ouviu muita coisa: “não compensa”, “escolhe outra carreira”, “vai se arrepender”. E, como qualquer jovem, você está assustado. Afinal, essa decisão parece grande demais para tão pouca idade.
Pois bem, abro aqui uma janela no tempo para te contar algo e para que você fique calmo, com a experiência de quem já percorreu uma parte desse caminho: você fez a escolha certa.
Sua jornada de educador vai ser intensa. Você vai passar por escolas diferentes, por alunos incríveis e por situações que hoje nem imagina. Mas também vai viver uma profissão onde nada é previsível — e isso é bom. Sim, o professor vive na incerteza. Mas nunca no teto.
O mundo vai mudar muito e rápido. Você logo não vai perceber o que é fila de banco. Vai ver computadores cabendo no bolso, vai ouvir falar de plataformas, inteligências artificiais, metodologias ativas… e ainda assim, ensinar não será nada fácil. Mas será diferente — e exigirá mais escuta, mais empatia, mais presença.
Nesse mundo cada vez mais conectado, mas tão distante, o educador seguirá sendo ponte. Você vai encontrar gigantes pelo caminho, vai aprender com seus alunos e vai entender que educar não é só ensinar — é viver em constante movimento.
Agora vai. Sua vez na fila já deve ter chegado. Você começa aí, e eu continuo daqui.
