Tem um país na Polinésia que ocupa metade de uma ilha, pequenininho, do tamanho da Bahia, onde se falam cerca de 800 línguas. Você acredita? Enquanto isso, o Brasil, um dos maiores países do mundo, tem apenas uma língua oficial. É um paradoxo.
Estou falando da Papua-Nova Guiné. Fica na Oceania, ali perto da Austrália e da Nova Zelândia. A língua oficial é o inglês — usada em documentos e na educação formal. Mas, no dia a dia, quando alguém precisa se comunicar com pessoas de outra tribo, a população recorre a uma língua chamada Tok Pisin, um idioma crioulo que mistura inglês com outros dialetos locais.
A lógica diria que quanto menor o território, menor seria o número de línguas. Mas na prática acontece o contrário. O Brasil, com toda sua extensão territorial, tem menos barreiras geográficas, o que facilitou que uma língua se espalhasse e se tornasse dominante.
Mas atenção: não é que o Brasil tenha só uma língua. Existem 192 línguas faladas no país, incluindo idiomas indígenas e de comunidades tradicionais. Só não vamos entrar nesse assunto hoje — mas vale um episódio inteiro.
Já na Papua-Nova Guiné, o terreno é extremamente montanhoso e difícil de atravessar. Chegar de uma tribo à outra a pé pode ser quase impossível. Isso fez com que cada comunidade preservasse sua própria língua ao longo de séculos. A geografia virou guardiã da diversidade linguística.
Curioso, né? Uma barreira física criou uma ponte cultural.
De uma coisa eu sei: na Papua-Nova Guiné, intérprete não fica sem trabalho. Acho que eu vou para lá.
