Um dos advogados de Jair Bolsonaro (PL) comparou, nesta quarta-feira (3/9), o julgamento do ex-presidente à condenação histórica de Alfred Dreyfus, militar francês acusado injustamente de traição no fim do século XIX. A declaração foi feita por Paulo Cunha Bueno, que pediu aos ministros do STF cautela para não repetir o episódio considerado uma “cicatriz” da Justiça ocidental.
Segundo o advogado, o paralelo é evidente: Dreyfus era capitão de artilharia, acusado de atentar contra a pátria e condenado com base em documentos frágeis. “Não permitamos criar uma versão brasileira e atualizada desse caso”, afirmou.
No processo francês, iniciado em 1894, a falta de provas ficou clara anos depois. O verdadeiro responsável pela espionagem, Ferdinand Walsin-Esterhazy, jamais foi condenado. A reabilitação de Dreyfus só ocorreu em 1906.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reforçou a comparação nas redes sociais. Em publicação nesta terça-feira (2/9), classificou seu pai como “o novo Caso Dreyfus” e disse que a história revelará os responsáveis por um possível erro judiciário. Para ele, o julgamento atual pode se tornar um dos maiores escândalos jurídicos do país, assim como o caso francês marcou a Terceira República.
Jair Bolsonaro é o novo Caso Dreyfus, um dos maiores escândalos de erro judiciário no mundo.
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) September 2, 2025
A História vai colocar os perseguidores em seu devido lugar.
O que foi o Caso Dreyfus?
Em 1894, o capitão (!!!) Alfred Dreyfus, oficial judeu do Exército francês, foi acusado de… pic.twitter.com/hwMU7umubX
A estratégia da defesa e dos aliados de Bolsonaro tem sido associar o processo à ideia de perseguição política. Ao lembrar o caso Dreyfus, buscam reforçar a narrativa de que o ex-presidente estaria sendo alvo de acusações frágeis e de um julgamento marcado por contradições, tentando sensibilizar tanto os ministros da Corte quanto a opinião pública.