O deputado estadual Lucas Lasmar (Rede Solidariedade), vice-líder do bloco de oposição Democracia e Luta, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, fez duras críticas à gestão do governador Romeu Zema (Novo) na área da saúde. Em entrevista à 98 News, Lasmar afirmou que o governo promove uma “economia criminosa dentro da FEMIG”, resultando em fechamento de hospitais e no agravamento da crise na rede pública.
Segundo o parlamentar, o fechamento do Hospital Maria Amélia Lins, que contava com 63 leitos e era referência em cirurgias ortopédicas eletivas, é um exemplo do impacto da política do governo. A unidade servia como retaguarda para o Hospital João XXIII, que hoje enfrenta superlotação.
“Encontramos mais de 30 pessoas em macas nos corredores, algumas com fraturas expostas, aguardando até 12 dias por cirurgia. Isso gera sequelas irreversíveis nos pacientes”, denunciou o deputado.
Lasmar também questionou o destino dos recursos da saúde em Minas. Ele destacou que, enquanto gestões anteriores trabalhavam com R$ 4 bilhões de orçamento anual, o atual secretário estadual de Saúde administra R$ 12 bilhões, mas sem resolver os gargalos da rede.
“Dinheiro não falta. O que existe é má gestão e uma opção por cortar custos em vez de investir na vida dos mineiros”, afirmou.
Outro ponto criticado foi a proposta do governo de criar um serviço autônomo de gestão hospitalar para a FEMIG, que, na visão do deputado, abre espaço para direcionamento de contratos e riscos de corrupção.
Além da capital, o parlamentar também alertou para os desafios do interior do estado, como a dificuldade de manter hospitais filantrópicos e garantir leitos de UTI pediátrica. Segundo ele, muitas vezes é preciso mobilizar o SAMU e até o Corpo de Bombeiros para transferir pacientes graves a longas distâncias.
Apesar das críticas, Lasmar reconheceu avanços pontuais, como o programa Opera Mais, que ampliou cirurgias eletivas no interior, mas reforçou que a prioridade do estado deveria ser o fortalecimento da rede de urgência e emergência.
“A FEMIG é o pilar crucial para salvar vidas em Minas Gerais. O governo precisa parar de enxergar a saúde como espaço para economizar e começar a tratá-la como prioridade absoluta”, concluiu.