O Brasil pode ter a segunda maior tarifa sobre produtos exportados para os Estados Unidos. O país ficou atrás apenas da China, após anúncio do presidente estadunidense Donald Trump. Em uma carta, direcionada ao governo brasileiro e postada em uma rede social, Trump disse que taxará em 50% os produtos brasileiros. E na esteira de possíveis prejuízos para a economia, o mercado de Minas Gerais pode ser um dos mais afetados.
“Nós estamos agora com 50%. A outra tarifa que ele adotou, que também foi bastante elevada, foi contra o Vietnã, que foi 46% e, portanto, menor do que essa adotada contra o Brasil. Então vamos lá, tem esse fator que é político”, disse o economista e comentarista da 98 News, Izak Carlos.
Izak também alertou para os impactos sobre a economia mineira. Minas Gerais exporta diversos produtos para os Estados Unidos. “Nós devemos esperar impactos setoriais que são significativos e aí em que setores nós devemos esperar? Naqueles que nós mais exportamos para os Estados Unidos. Quais são esses setores? Café, é, derivados de aço, grãos em alguma medida, né?”, completou.
O setor da mineiração é outro que poderá sofrer impactos da medida anunciada por Trump: “Exportamos bastante petróleo, no caso do Brasil, exportamos também um pouquinho de derivados de alumínio, ferro ligas, ferro gusa, siderurgia e peças e autopeças automotivas de um modo geral. E aí vamos separar os efeitos”, analisou.
Izak reforça que Minas Gerais tem “uma indústria cafeeira que é muito forte. Um em cada quatro xícaras de café tomadas no mundo saem de solo mineiro. Então, naturalmente, isso impacta bastante em Minas Gerais. Nós temos uma indústria de transformação, especialmente o setor automotivo, que tem o dobro da participação no PIB de Minas Gerais do que tem no do Brasil. Então, isso também impacta bastante a gente. Indústria siderúrgica também impacta Minas Gerais”.
Apesar da análise, com possíveis consequências para a economia mineira, Izak pondera: “Ainda é cedo para a gente medir esse impacto, porque nós não sabemos como serão os desdobramentos dessas negociações, efetivamente. Mas nós temos alguma estimativa de que isso possa reduzir o volume de exportações”.
“Minas Gerais exporta para os Estados Unidos algo em torno de 4 bilhões de dólares ao ano, que é em torno de 12% do que o Brasil exporta para os Estados Unidos de um modo geral, tá? Então, nós temos algumas estimativas que essa tarifa de 50% pode afetar as exportações de Minas Gerais em torno de mais ou menos 12%, que seria uma elasticidade. Aí, então, nós exportaríamos 12% a menos dos 4 bilhões que nós exportamos para os Estados Unidos”, concluiu o economista.