A rodovia Fernão Dias, que conecta Belo Horizonte a São Paulo, deverá passar por um aumento de tarifa de pedágio para suportar o pacote de investimentos previsto no processo de otimização do contrato de concessão. A informação foi confirmada pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, em entrevista à 98 News no programa Bom Dia, Ministro.
Segundo ele, o reajuste é consequência direta da necessidade de ampliar de forma significativa a estrutura da via, que receberá entre R$ 14 bilhões e R$ 15 bilhões em intervenções.
“A Fernão Dias tem um dos pedágios mais baratos entre todas as rodovias de Minas e de São Paulo, e isso não é condizente com a importância da rodovia”, afirmou. Ele comparou a lógica tarifária a serviços de hotelaria: “Se você ficar numa pensão, ela é mais baratinha do que um hotel cinco estrelas.”
Renan Filho destacou que o baixo valor historicamente cobrado nos pedágios resultou em falta de obras essenciais ao longo da pista. “Quando você entra em Minas Gerais, não tem obra: não tem acesso às cidades, não tem viaduto. A passagem urbana dentro das cidades é relativamente precária; em São Paulo, também”, disse.
Com a otimização do contrato, o governo prevê aplicar na Fernão Dias um volume de recursos equivalente a todo o orçamento anual do Ministério dos Transportes para obras públicas no país. O ministro reforça que, sem a revisão contratual, a rodovia poderia permanecer mais uma década sem investimentos estruturais. “Essa é uma das rodovias mais importantes do Brasil e não suportaria”, afirmou.
O novo modelo será disputado em leilão na Bolsa de Valores de São Paulo. Três empresas, CCR, EPR e Arteris, concorrem ao ativo, e o governo espera um “grande desconto na tarifa proposta”. Segundo Renan Filho, o objetivo é assegurar o menor valor possível ao usuário, sem comprometer o plano de obras.
“Queremos garantir os investimentos, a segurança das pessoas e a melhoria da qualidade de vida de quem depende dessa rodovia”, disse.
