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Cafeicultura

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A presença feminina na cafeicultura mineira tem crescido de forma significativa, transformando a paisagem rural do estado. Mais do que ajudantes, as mulheres têm assumido o protagonismo na produção de cafés especiais, na gestão de propriedades e até na expansão do turismo rural. O tema foi destaque em entrevista com Luziane Dias de Oliveira, coordenadora técnica estadual da Emater-MG, nesta terça-feira (29/7), na 98 News.

Luziane reforçou que a atuação feminina no campo já é uma realidade concreta, mas ainda enfrenta muitos desafios. “Há um percurso muito longo, mas a gente não pode desconsiderar as vitórias que já conseguimos alcançar”, destacou.

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Segundo ela, atividades antes vistas como majoritariamente masculinas, como a cafeicultura, hoje contam com mulheres em posições de liderança, especialmente dentro de programas como o Certifica Minas Café, voltado à produção de cafés especiais com foco em qualidade e sustentabilidade.

Avanços com apoio da Emater

A Emater, empresa pública que presta assistência técnica e extensão rural em 819 dos 853 municípios mineiros, tem papel fundamental nesse processo. Luziane explicou que o trabalho da instituição não se limita à atividade agrícola, mas à unidade de produção familiar, envolvendo homens, mulheres e jovens do campo. “A gente identifica as potencialidades de cada local e viabiliza o acesso a políticas públicas, como o crédito rural”, explicou.

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Além do suporte técnico, a Emater realiza eventos voltados para mulheres rurais que já chegam à 44ª edição em algumas regiões. Esses encontros tratam de capacitação, acesso ao mercado e valorização do papel feminino na sociedade e na economia rural. “Não basta valorizar a mulher sem trazer junto essa importância econômica que ela representa”, defendeu Luziane.

Desafios persistem

Mesmo com os avanços, a sobrecarga de trabalho continua sendo um obstáculo para muitas mulheres no campo. “A mulher tem dupla ou até tripla jornada e muitas vezes se enxerga apenas como ‘ajudante’, mesmo realizando a maior parte das atividades da propriedade”, comentou Luziane. Essa invisibilidade do trabalho feminino ainda é uma barreira para o acesso igualitário a políticas públicas e reconhecimento institucional.

Programas como o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) já estabelecem prioridade para grupos de mulheres nas compras governamentais, prevendo que pelo menos 50% das vendas sejam registradas em nome da mulher da família. “É um avanço, mas ainda há muito o que se buscar”, ressaltou.

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Mulheres além do café: queijos, turismo e artesanato

Embora a cafeicultura seja um dos setores de maior destaque, a força feminina também é visível em outras atividades rurais. O artesanato, o turismo rural e a produção de queijos artesanais são áreas em que mulheres têm conquistado espaço — e prêmios. “Cada região do estado tem sua aptidão, mas em todas há trabalhos significativos conduzidos por mulheres”, observou Luziane.

Futuro e sucessão no campo

Para além do presente, a coordenadora da Emater chama atenção para a importância da mulher no processo de sucessão familiar no campo, diante do envelhecimento da população rural. A empresa já possui programas específicos para a juventude rural, buscando garantir a continuidade e a renovação das atividades agrícolas. “A mulher é imprescindível nesse processo de sucessão”, reforçou.

No encerramento da entrevista, Luziane deixou uma mensagem às mulheres do campo. “Pode parecer clichê, mas a mulher pode estar e pode ser o que ela quiser. E a Emater está à disposição para apoiar os seus planos e projetos.”

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Carol Ferraris

Jornalista, pós graduada em produção de jornalismo digital pela PUC Minas. Produtora multimídia de entretenimento na Rádio 98, com passagens pelo Estado de Minas e TV Alterosa.

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