A multinacional Nestlé, da Suíça, anunciou que vai eliminar 16.000 postos de trabalho ao redor do mundo nos próximos 2 anos, o equivalente a 5,8% da sua força de trabalho global. Essa decisão faz parte de um plano mais amplo de reinvenção que inclui elevar a meta da economia de custos para 3 bilhões de francos suíços até 2027.
Para o futuro do trabalho, esse movimento representa mais do que um ajuste operacional. Ele deixa evidente que, em grandes organizações, demissões em massa não são só uma consequência da crise. Elas podem sinalizar uma virada estratégica que redefina como, onde e por quem o trabalho vai ser feito. Na prática, funções administrativas que antes tinham estabilidade podem se tornar vulneráveis.
Ao mesmo tempo, áreas que envolvem automação, inovação e modelos de negócio se tornam ainda mais centrais. A Nestlé significa que precisa mudar rápido para acompanhar o mundo, que exige agilidade, tecnologia e foco em crescimento e autoretorno. Nesse sentido, para quem tá no mercado, a mensagem é clara: não basta tá posicionado, é preciso tá preparado para se adaptar e até reimaginar a própria função.
Demissão não é saída, é potencialmente convocação para outro tipo de trabalho. Se a concepção tradicional de emprego se apoiava em tarefas repetitivas, turnos fixos, hierarquia linear, a reinvenção que se redesenha exige continuidade de aprendizado, fluência tecnológica, mindset estratégico e até coragem para sair do confortável.
A Nestlé, ao cortar as pessoas, também abre espaço para investir em novas competências, novos modelos e novos formatos de trabalho. Quando grandes empresas definem reinvenção como prioridade, o desafio para nós desse outro lado não é só reagir, é antecipar.
