É ressaca? Tá só a capa do Batman? Só o bagaço? Pois é, a ressaca é o que os americanos chamam de hangover. E quando eu te contar a história, a origem desse termo, aí você vai entender tudo.
No século XIX, as pousadas da Inglaterra ofereciam uma opção de baixíssimo custo aos miseráveis, aos sem-teto e aos bêbados que não tinham onde passar a noite. Por apenas dois pence, ou seja, dois centavos, eles podiam dormir da meia-noite às seis da manhã, sentados em uma cadeira e apoiados em cordas esticadas em um quarto que dividiam com dezenas de pessoas.
Às seis horas em ponto, o dono da pensão desprendia a corda e a turma caía no chão. Você acredita? O sujeito passava a noite pendurado sobre a corda — ou seja, hang over the rope. E é daí que teria vindo a expressão hangover, a nossa famosa ressaca.
Historinha boa, não é? Pena que não é verdade. Essa imagem de gente pendurada no varal é uma lenda urbana. Não há registros confiáveis de que essa prática tenha existido.
A origem de hangover é bem menos glamourosa. A palavra significa apenas “o que sobra”, “o que fica pendente”. Pode ser uma dívida, uma emoção ou, claro, aquela cabeça latejando, aquela boca seca, aquele arrependimento depois de uma noite de excessos.
Agora veja só como são as coisas: a verdade nua e crua raramente viraliza. Já uma boa história, a gente bebe saboreando aos goles e ainda pede mais um shot. Os fatos são importantes, mas sozinhos não prendem a nossa atenção. O que encanta é a história por trás dos fatos — e nem precisa ser mentira.
Contar uma história é a melhor maneira de popularizar um conceito ou uma marca. Lembre-se disso na próxima vez que falar em público, promover um produto ou inventar uma desculpa.
Curtiu a história? Então pede mais uma rodada, que daqui a pouco eu volto e conto outra.